Páginas

quinta-feira, 14 de novembro de 2019

Erro poético

MIA COUTO

Sou o açúcar
procurando a formiga.

Meu carreiro
não tem linha.
É um ponto, um planetário grão.

A minha natureza
é uma inacabada caligrafia:
apenas os erros me defendem.

O amor apenas
me rasura a alma.

Com a formiga
partilho alucinogênios:
migas de paixão, migalhas de doçura.

Nenhum comentário:

Postar um comentário