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sexta-feira, 27 de janeiro de 2023
quarta-feira, 18 de janeiro de 2023
terça-feira, 10 de janeiro de 2023
Mentiras malevólas
Mentir é como furtar. Depois de descoberto, por algo implícito ao gênero humano, o mentiroso fica marcada para sempre. Como o jogador de cartas que pegam roubando. Pode ser a primeira vez. Todas suas vitórias anteriores serão creditadas a um deslize de caráter e suas ações futuras levadas sempre com desconfiança. Quando infantes, para nos ensinarem, contam do Pinóquio cujo nariz crescia quando mentia. E do sofrimento do seu pai adotivo Gepeto. E do resultado feliz quando ele parou de mentir.
Ou do pastorzinho guardador de ovelhas, não longe do povoado, que gritava que os lobos estavam atacando o rebanho. Todos corriam para ajudar e era mentira. Até que certa vez eram os lobos mesmos, mas, acostumados aos seus pedidos, ninguém acorreu e muitas ovelhas foram sacrificadas. Como também é uma fábula de aprendizado, também aqui há soluções e o menino se emenda. Agora o Ministro da Justiça diz que vai pedir a colaboração da INTERPOL para casos brasileiros.
Os mentirosos das redes sociais, mudam o teor da afirmação e fica assim: o Ministro da Justiça ameaça trazer policiais de outros países para fazerem cumprir a lei nacional. A estupidez é óbvia. Mentira tão absurda que não se entende como alguém a aceita e propala. O Ministro foi professor e juiz de direito. Jamais diria uma sandice destas. É como dizer que os russos vão pedir auxílio da Inglaterra para combater a Ucrânia. E tem quem acredita e difunde. Há uns dois anos, nem lembro mais qual notícia li em um grupo. Ela me pareceu verdadeira. Este é o fulcro: eu queria que fosse verdadeira. Dizia como eu pensava. Então difundi-a erroneamente. Tortamente. Sempre há uma primeira vez. Que seja a última. Daí o ditado: errar é humano, persistir no erro é burrice.
Promotor de Justiça aposentado
ivar4hartmann@gmail.com
domingo, 8 de janeiro de 2023
quinta-feira, 5 de janeiro de 2023
terça-feira, 3 de janeiro de 2023
Brasil, o campo minado
Há meses passados, os demais postulantes à Presidência da República, Moro, Ciro e Tebet chegaram a conversar para lançar um candidato da chamada Terceira Via, pois já as candidaturas de Bolsonaro e Lula varriam os outros postulantes. Era uma opção com futuro, mas cada um se julgava merecedor de ser o cabeça. Ciro, o eterno postulante, continua postulando. Tebet fez meia dúzia de votos que lhe permitiram atirar-se no colo de Lula e garantir um emprego de ministra. Moro elegeu-se senador pelo Paraná, comparativamente fazendo mais votos quanto os dois outros em todo Brasil.
E assim o futuro ficou aberto para uma disputa entre duas facções: a da direita e da esquerda. Os eleitores de centro ficaram sem opção. Testemunhamos uma luta de mentiras pelas redes sociais, criando raivas e ódios entre as pessoas. Todos sabemos de membros de uma mesma família brigando entre si. Amigos de longa data, transformando-se em adversários figadais. Durante meses fomos martelados por estas mensagens.
Como as minas terrestres que os exércitos durante as batalhas espalham pelo campo esperando que explodam e causem baixas no inimigo. Findas as guerras, todas elas, toca tentar encontrar estas minas e desativá-las para que não causem estragos entre a população civil. Quando há mapas da sua colocação, não é difícil. Mas, quando não há, esta desativação é um trabalho de paciência, risco e coragem. Paciência, risco e coragem será necessário aos brasileiros para suplantar as minas eleitorais plantadas pelos candidatos e seus sequazes, despreocupados com a destruição que suas ações acarretassem. E acarretaram. Quanto tempo para a vida dos brasileiros voltar ao normal? Políticos criando ódio entre os eleitores. Brasil minado.
Promotor de Justiça aposentado
ivar4hartmann@gmail.com