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segunda-feira, 16 de agosto de 2021

O Brasil nas Olimpíadas

                   

Ivar Hartmann

Nas Olimpíadas de 2008 o Brasil ficou em 22º lugar com 17 medalhas. Agora em 12º, com 21 medalhas, fez a melhor campanha brasileira na história das olimpíadas modernas. As de ouro pularam de 3 para 7. Pode parecer pouco mas é um crescimento substancial, de mais de 200% nestes anos. Um atleta de alto rendimento, capaz de ganhar medalhas olímpicas, não se forma sem esforço constante desde jovem, e dedicação ao que faz. Dedicação exclusiva, sem horários para trabalho fixo, é fundamental. Sua profissão é ser atleta. Então, estas medalhas e crescimento são devidas ao Programa Atletas de Alto Rendimento, criado em 2008, parceria dos Ministério da Defesa e do Esporte. Destinado inicialmente a melhorar os níveis dos atletas militares nos Jogos Mundiais Militares de 2011, acabou se consolidando como o grande esforço nacional para melhorar as performances do Brasil nos Jogos Olímpicos. O percentual de 90,4 % nos pódios é devido a este patrocínio, com mais de 30% dos nossos atletas ligados ao Programa.  

Ele é útil para os atletas, que recebem dinheiro, e para os militares que ganham publicidade positiva e um reforço em seus quadros esportivos. Os atletas do programa são selecionados por meio de concurso público para o “Programa de Incorporação de Atletas de Alto Rendimento” que considera o desempenho em competições como critério para preencher as vagas. Passam a cumprir o serviço militar temporário por até oito anos. Sem impedimento de obterem outras fontes de recursos nas 26 modalidades olímpicas patrocinadas. Recebem cerca de 4 mil reais mensais, assistência médica, odontológica, fisioterápica, alimentação e alojamento, e os recursos das instalações esportivas da Marinha, Exército e Aeronáutica. Ótimo! 

Promotor de Justiça aposentado

ivar4hartmann@gmail.com

segunda-feira, 9 de agosto de 2021

Obrigado Napoleão Bonaparte

                  

Ivar Hartmann

O livro de Vargas Llosa, Nobel de Literatura, Tempos Ásperos, escrito em 2019 é uma história das conspirações internacionais na América Central durante os anos da Guerra Fria. Centrado em um golpe militar na Guatemala nos anos de 1950, mas retratando todos os países da região, com suas disputas e interesses econômicos que chegam aos dias de hoje. Vinte países, entre o continente e as ilhas, e duvido que o leitor saiba o nome de todos sem buscar a Wikipédia, como eu. Menos de 10% do território do Brasil. Chamadas de repúblicas de bananas, pelo poder da United Fruits, com suas extensas plantações de bananas, protegida pelos americanos que punham e depunham seus ditadores militares, de acordo com seus interesses. Na América do Sul temos 12 países. 3 na América do Norte. Destes 35, são importantes pela área territorial, população, índice de desenvolvimento humano (IDH) e produto interno bruto (PIB), uma meia dúzia com o Brasil.

Em novembro de 1808 a família real portuguesa e entre 10 e 15 mil pessoas da Corte, fugiram para o Brasil ante a invasão de Portugal por Napoleão Bonaparte. Como consequências, depois da chegada, a colônia brasileira foi elevada a Reino Unido de Portugal, sem lutas, sem sangue e sem partidos. Foi suspensa a proibição para a criação de indústrias, abriram-se os portos brasileiros para todas as nações, autorizou-se a criação de tipografias e jornais, fundou-se o Banco do Brasil, escolas superiores, a academia militar, a Biblioteca Nacional e o Museu Nacional. A colônia pobre virou nação. Pedro I e Pedro II, apesar de revoluções regionais, com a Farroupilha, garantiram a integridade do território. Sem Bonaparte o Brasil teria seguido colônia e o caminho da América Latina. 

Promotor de Justiça aposentado

ivar4hartmann@gmail.com

segunda-feira, 2 de agosto de 2021

Não voto de jeito nenhum

                 

Ivar Hartmann

Começa no Brasil a temporada para prever quem se elege   Presidente da República o ano que vem. Os institutos de pesquisa ouvem umas 2.000 pessoas e tabulam os resultados. Não quer dizer que as pesquisas sejam certas porque depende de múltiplos fatores: a integridade do pessoal de campo, o meio de fazer as perguntas, o local onde ela é feita, entre outros fatores. Mas dá uma ideia do real. Com potencialmente dois candidatos capazes de se eleger, esta busca de informação tem retratado os dois em empate técnico no segundo turno, quando os demais candidatos do primeiro turno foram suprimidos. Quanto a rejeição, também ganham longe dos demais. Bolsonaro segue a frente com 59% dos ouvidos dizendo que não votam nele de jeito nenhum. Mas isso não favorece Lula, o outro candidato poderoso. Não votam nele de jeito nenhum 37% dos eleitores. Como não votam em João Doria ou Ciro Gomes.

Derrotado seu preferido os eleitores de outro candidato do primeiro turno, terão de votar Bolsonaro ou Lula do próximo turno e a abstenção deverá ser grande. Agora a imprensa nacional fala que os colaboradores dos dois preferidos vão partir para a polarização, disputando entre si, no tudo ou nada. Por uma razão simples. Se um terceiro candidato, seja quem for, conseguir aglutinar forças políticas, empresariais e palanques nos Estados, e conseguir chegar ao segundo turno, ganha de seu adversário seja Bolsonaro ou Lula. Isso porque a rejeição aos dois é muito grande e o eleitor de um, jamais votará depois no outro. Exemplo: Bolsonaro x Lula: qualquer deles pode se eleger no segundo turno. Desconhecido x Lula ou Bolsonaro: leva os votos que já recebeu e muitos mais dos eleitores do derrotado. Deve ganhar a eleição. 

Promotor de Justiça aposentado

ivar4hartmann@gmail.com