Amigos por favor,namorem
e casem.Eu estou precisando
de festas para comer e beber
de graça.
Gilson Variedades
Amigos por favor,namorem
e casem.Eu estou precisando
de festas para comer e beber
de graça.
Gilson Variedades
URHACY FAUSTINO
Em nossas brigas não voam televisões,
nem há corporais agressões:
o verbo é a flecha que nos perfura
mesmo nos tempos e modos que a gente se censura.
Trocamos o costumeiro texto sacana
por verborrágica luta insana
e, se alguém se sente em desvantagem,
apela pra figuras de linguagem,
misturando metáforas, pleonasmos,
com licenças poéticas, no orgasmo
ao medirem forças dois titãs.
Até que já sem fala, de manhã,
mais sedentos que famintos, como taças
nos bebemos um ao outro, extasiados
de repente sem palavras, embriagados,
(eis que a língua se enrola, a gramática falha),
nos lambemos em nossa cama de batalha,
onde desejos e tesões explodem atômicos
em delírios guturais, gozando afônicos.
O vigário de um vilarejo tinha um pinto de raça como mascote, que se chamava Valente.
Certo dia, o Valente desapareceu, e o padre resolveu consultar a comunidade.
Na missa, ele perguntou:
- Alguém aqui tem um pinto?
Todos os homens se levantaram.
- Não, não! Não foi isso que eu quis saber. O que eu quero saber é se algum de vocês viu um pinto?
Todas as mulheres se levantaram...
- Não, não... O que eu quero saber é se algum de vocês viu um pinto que não lhes pertence.
Metade das mulheres ficaram de pé.
- Não, não, pelamordedeus! - disse o vigário, muito atrapalhado.
- Talvez eu possa formular melhor a pergunta! O que eu quero saber é se algum de vocês viu o meu pinto?
Todas as freiras se levantaram.
- Esqueçam, esqueçam... Algum de vocês sabe por que o Queiroz depositou R$ 89 mil na conta da Michele Bolsonaro?
Ninguém se levantou.
Ferreira Gullar
De que vale tentar reconstruir com palavras
o que o verão levou
entre nuvens e risos
junto com o jornal velho pelos ares?
O sonho na boca, o incêndio na cama.
o apelo na noite
agora são apenas esta
contração (este clarão)
de maxilar dentro do rosto.
A poesia é o presente.
Sócrates, um dos maiores filósofos da antiguidade, foi condenado à pena de morte sob a acusação de desonrar os deuses de Atenas e por corromper a juventude ateniense com a sua filosofia.
No julgamento ele teve a oportunidade de se defender, mas preferiu abrir mão desta prerrogativa.
Preso, e à espera do momento em que se cumpriria a sua sentença, ele recebia visitas de amigos e discípulos.
Em certo momento, ele disse:
- Eis a hora de partir: eu para morte, vós para a vida. Quem de nós segue o melhor rumo ninguém o sabe, exceto os deuses.
Há relatos de que, antes de beber a cicuta cumprindo a sua sentença de morte com muita coragem e altivez, ele perguntou aos que estavam presentes:
- Uma última pergunta eu quero fazer a vocês e a todos os atenienses.
E, solenemente, indagou:
- Por que Fabrício Queiroz depositou R$ 89 mil na conta de Michele Bolsonaro?
Em seguida, ele bebeu a cicuta e morreu.
Ele e o seu irmão e empresário Roberto Assis ficaram presos por um mês, num quartel militar.
Os seus advogados conseguiram a sua transferência, desde que depositasse U$ 1,6 milhões de fiança, para ir para ficar em "prisão domiciliar", na verdade um hotel exclusivo lotado de primas.
O dólar estava a R$ 4,64.
Ou seja, Ronaldinho depositou o equivalente a R$ 7.424.000,00 pela fiança.
A ser solto, pagou U$ 200 mil de multa e teve U$ 1,4 milhões devolvidos.
O dólar hoje está, em média, a R$ 5,60.
Ronaldinho recebeu de volta o equivalente a R$ 7.840.000,00.
Resumo da ópera: lucrou R$ 416.000,00 para ficar seis meses em quarentena no Paraguai, com muitas amigas ao redor.
Entenderam por que o cara é chamado de bruxo?
O delegado para o genro da vítima:
- Quer dizer que o senhor viu um homem agredindo sua sogra e não fez nada?
E o genro, diz:
- Eu ia ajudar, mas achei que dois caras batendo numa velha já era covardia demais.
Quando desejos outros é que falam
e o rigor do apetite mais se aguça,
despetalam-se as pétalas do ânus
à lenta introdução do membro longo.
Ele avança, recua, e a via estreita
vai transformando em dúlcida paragem.
Mulher, dupla mulher, há no teu âmago
ocultas melodias ovidianas.
Formosa, qual pincel em tela fina
debuxar jamais pôde ou nunca ousara;
formosa, qual jamais desabrochara
na primavera a rosa purpurina;
formosa, qual se a própria mão divina
lhe alinhara o contorno e a forma rara;
formosa, qual no céu jamais brilhara
astro gentil, estrela peregrina;
formosa, qual se a natureza e a arte,
dando as mãos em seus dons, em seus lavores,
jamais pôde imitar no todo ou parte;
mulher celeste, ó anjo de primores!
Quem pode ver-te, sem querer amar-te?
Quem pode amar-te, sem morrer de amores?!
Ivar Hartmann
DJALMA FILHO
Envoltos pela névoa de linho
os amantes se olham
indescobertos...
Envoltos por sins e temores
os amantes se tocam
cautelosamente...
Envoltos por olhos ardentes...
os amantes se desejam
misteriosamente...
Envoltos... no quarto fechado
há um não sobrar de
espaço para dois
As palavras sussurram delicadamente
prazeres inconfessáveis e não ditos
Mãos espalmadas em busca de espaço
desafiando as leis da física...
Pernas, ora trançadas ora retesadas...
querendo quebrar todos os limites
Bocas em beijos, em cada milímetro...
engolindo toda a possível resistência
Entre lençóis,
os amantes se esquecem
eternamente do tempo ...
Para quê tempo?
se, entre lençóis, eles
vivem tão intensamente?...
E... bem cá entre nós
- Para quê mais os lençóis?...