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terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

Brava gente brasileira

        

Ivar Hartmann

D. Pedro I, ainda em 1822, depois de proclamar a Independência, compôs o Hino da Independência, um hino guerreiro, cujo estribilho começa assim. É bonito e forte. Varonil como dizem os versos. Deve ter feito versos lindos para a Domitila este Pedro...  Pedro I era casado com uma princesa austríaca, Leopoldina. Depois abdicou e alguns anos depois seu filho, Pedro II, assumiu o Império e casou com uma princesa italiana, Teresa Cristina. Uma e outra foram fundamentais para o progresso do novel Império e para a Região Sul do Brasil em especial. A primeira, patrocinando a vinda de colonos alemães em 1824 e a segunda a dos colono italianos em 1875. Não há como falar do desenvolvimento e riqueza do Brasil, sem falar deles. Imigrantes pobres que cruzaram o oceano, com 50 anos de intervalo, mas em busca do mesmo pão para si e seus familiares e que ajudariam a construir uma nação.

A luta dos colonizadores italianos foi mais dura. Os portugueses tinham ocupado as terras baixas dos rios gaúchos. Tocou aos alemães as terras médias e aos italianos subir as serras cobertas de matas. Seu primeiro acampamento tinha o nome de Campos dos Bugres (índios). Gente dura e operosa, marido e mulher trabalhando juntos, derrubaram a mata onde foi possível, plantaram, colheram, criaram famílias. Produziram para vender. Abriram pequenos e necessários negócios nas regiões de difícil acesso. As colônias e linhas mudaram de nome e ficaram conhecidas mundialmente pela excelência de seus produtos industrializados, nem passados 100 anos da sua chegada. Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Garibaldi, para citar poucos nomes, trazem o germe da luta e do suor dos primeiros italianos que aqui chegaram. Brava gente brasileira.


Promotor de Justiça aposentado

ivar4hartmann@gmail.com


terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

O cadeirante

       

Ivar Hartmann

Brava gente brasileira

D. Pedro I, ainda em 1822, depois de proclamar a Independência, compôs o Hino da Independência, um hino guerreiro, cujo estribilho começa assim. É bonito e forte. Varonil como dizem os versos. Deve ter feito versos lindos para a Domitila este Pedro...  Pedro I era casado com uma princesa austríaca, Leopoldina. Depois abdicou e alguns anos depois seu filho, Pedro II, assumiu o Império e casou com uma princesa italiana, Teresa Cristina. Uma e outra foram fundamentais para o progresso do novel Império e para a Região Sul do Brasil em especial. A primeira, patrocinando a vinda de colonos alemães em 1824 e a segunda a dos colono italianos em 1875. Não há como falar do desenvolvimento e riqueza do Brasil, sem falar deles. Imigrantes pobres que cruzaram o oceano, com 50 anos de intervalo, mas em busca do mesmo pão para si e seus familiares e que ajudariam a construir uma nação.

A luta dos colonizadores italianos foi mais dura. Os portugueses tinham ocupado as terras baixas dos rios gaúchos. Tocou aos alemães as terras médias e aos italianos subir as serras cobertas de matas. Seu primeiro acampamento tinha o nome de Campos dos Bugres (índios). Gente dura e operosa, marido e mulher trabalhando juntos, derrubaram a mata onde foi possível, plantaram, colheram, criaram famílias. Produziram para vender. Abriram pequenos e necessários negócios nas regiões de difícil acesso. As colônias e linhas mudaram de nome e ficaram conhecidas mundialmente pela excelência de seus produtos industrializados, nem passados 100 anos da sua chegada. Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Garibaldi, para citar poucos nomes, trazem o germe da luta e do suor dos primeiros italianos que aqui chegaram. Brava gente brasileira.


Promotor de Justiça aposentado

ivar4hartmann@gmail.com


domingo, 13 de fevereiro de 2022

Falso testemunho

 

A velhice é óbvia por si só: não dá pra esconder ou disfarçar os efeitos do tempo sobre o corpo.
Chico e Neco, dois amigos da terceira idade, encontravam-se no parque todos os dias. 
Um dia, Chico não apareceu, e ficou sumido por quatro semanas. 
Neco ficou preocupado. 
Passado um mês, Chico reapareceu! 
Neco ficou felicíssimo, aproximou-se dele e perguntou:
- Por Deus, Chico, o que aconteceu com você?
- Eu estava na cadeia. 
- Cadeia? Por que motivo?
Chico explicou: 
- Você conhece a Netinha, aquela garçonete loira e gostosa da padaria que eu visito de vez em quando? 
- Claro que me lembro. E daí?
- Ela me denunciou por estupro. Eu, com meus 89 anos de idade, fui todo ancho para a audiência de instrução e me declarei culpado... O fela da puta do juiz me sentenciou a 30 dias por falso testemunho!

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Operadora Oi é fatiada entre TIM, Claro e Vivo



O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou ontem a venda da Oi Móvel para a TIM, Claro e Vivo

De acordo com informações prestadas pelas teles ao Cade, os 42 milhões de clientes atuais da Oi serão divididos às concorrentes da seguinte forma:

TIM: 14,5 milhões de clientes

Claro: 11,7 milhões de clientes

Vivo: 10,5 milhões de clientes

Em relação à divisão dos números de telefone, o acordo prevê:

- 29 DDDs para a TIM: 11, 16, 19, 21, 22, 24, 32, 51, 53, 54, 55, 61, 62, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 69, 73, 75, 89, 93, 94, 95, 96, 97 e 99;

- 27 DDDs para a Claro: 13, 14, 15, 17, 18, 27, 28, 31, 33, 34, 35, 37, 38, 43, 44, 45, 46, 47, 48, 49, 71, 74, 77, 79, 87, 91 e 92;

- 11 DDDs para a Vivo: 12, 41, 42, 81, 82, 83, 84, 85, 86, 88 e 98.

Se você é cliente Oi no Rio Grande do Norte, DDD 84, será automaticamente transferido para a operadora Vivo.

Na decisão que aprovou a operação, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) determinou que as teles apresentem um plano que detalhe aos clientes da Oi o passo a passo de como será a transferência dos telefones para TIM, Claro e Vivo.

Além disso, a agência determinou que seja repassado ao consumidor o direito da portabilidade, a ausência de cobrança em virtude de quebra de fidelização dos contratos dos usuários de telefonia móvel ou combo da Oi, bem como a disponibilização de canais para eventuais dúvidas.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

O que é Lula?

      

Ivar Hartmann

O primeiro escândalo de corrupção no governo Lula foi o Mensalão, denunciado em 2005. Tratava-se de um esquema de compra de votos por parte do Partido dos Trabalhadores (PT), denunciado pelo deputado Roberto Jefferson, que depois fez delação premiada. Como diz a gíria, naquela Lula escapou com o “rabo no meio das pernas”. Posteriormente com os inquéritos e processos da Lava Jato, o Mensalão virou figura da história, provando que os brasileiros são inventivos e capazes de sempre melhorar suas performances. Como o PT não patenteou suas ações de assalto aos cofres públicos, outros partidos seguiram a mesma linha e a Operação Lava Jato serviu para lavar a alma da população brasileira, espoliada pelo grupamento a quem o povo dá o nome pejorativo de Centrão, que agora domina Brasília e os Poderes.

Da Agência Brasil: nos primeiros cinco anos da Lava Jato (2019) ela condenou 155 pessoas, em 50 processos sentenciados por lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, fraude à licitação, organização criminosa, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, crime contra a ordem econômica, falsidade ideológica. No período, R$ 2,5 bilhões retornaram à Petrobras. Há ainda 11,5 bilhões a serem devolvidos para o erário, inclusive à petrolífera, já acordados com a Justiça Federal. No total de 13 acordos de leniência com empresas envolvidas, está previsto o ressarcimento de R$ 13 bilhões. A prova material de que Lula é corrupto. Para estes números foram feitos vários acordos com os criminosos que confessaram o que deram em bens materiais a Lula. Ninguém paga suborno de graça. Mas tem os promotores, independentes, para a defesa dos interesses da população. Há que calá-los.


Promotor de Justiça aposentado

ivar4hartmann@gmail.com


terça-feira, 1 de fevereiro de 2022

Candelabro de ninho

Stoessel Dias, o Xexéu, decano da boemia de Caicó

Janduhi Medeiros

O Bar de Xexéu, nos primeiros sábados da década de setenta, era o ponto mais festejado nas rodas de encontros em Caicó.

A força equatorial do clima sertanejo propicia celebrar a linha da tarde sentado à mesa, arrodeado de amigos, proseando e, claro, degustando um líquido gelado. 

Na sexta-feira, então, o clima ganha uma espécie de devoção social, pois a cidade inteira fica em comunhão, esperando o pôr do sol, para adentrar a noite com a mente aliviada, hábito que vem das religiões antigas, para o sábado ser abraçado com o repouso do alvorecer e a ternura da feira.

Isso é conservado no Seridó pelo elemento da interação social, com grande valor cultural e devoção, fazendo girar os círculos de conversas pelas calçadas e pelos bares.

Além dos refrescantes e da prosa, o bar oferendava um petisco de carne de sol, famoso entre os apreciadores da iguaria que deu fama à cidade.

Xexéu conhecia bem as regras desse estado de espírito e disponibilizava ainda, em seu ambiente, uma atmosfera sertaneja singular.

Mesas e cadeiras surradas, balcão engordurado, o teto do bar, para se ter uma ideia, era ornado de ninhos de pássaros sertanejos e teias de aranhas. 

Quando faltava assento, caixas de cervejas transformavam-se em tamboretes. 

Tudo era mágico naquele circo fraternal.

Os ninhos eram os próprios fregueses que arranjavam, as aranhas cultivadas pela natureza da confraria.

Todo mundo adorava essa estética. 

Tinha um ninho de xexéu que se destacava, parecia um candelabro que iluminava de garranchos e encantos a penumbra do recinto.

Além de tudo, Xexéu incorporava um personagem sertanejo, urbano cômico, extremamente carismático e de umas tiradas, de improvisos, que faziam parte da pintura da alegria.

Quem dava chance, ele não perdia a oportunidade.

As tiradas de Xexéu alimentavam de gargalhada o arrabalde da esquina.

Eu, menino, não podia me sentar em uma mesa, pedir uma cerveja e cruzar os pés para menosprezar as horas, deixando o tempo passar, mas ficava admirando o movimento com imensa inveja dos adultos, torcendo para o tempo passar rápido, pois, uma vez crescido, minha primeira providência seria tomar uma cerveja no Bar de Xexéu com as pernas cruzadas, degustando uma carne de sol, escutando as estórias dele e saboreando o fim da tarde, como se fosse um sacerdote apreciando uma taça de milagres.

Quando alguém levantava dedo e pedia um petisco, Xexéu saía, pegava uns quilogramas de carne de sol num marchante próximo, retornava rápido, cortava o colchão salgado e colocava os pedaços num braseiro. 

Num instante era servido, devorado e todos gostavam.

Esse era o rito, os confrades apreciavam e respeitavam, pois era o ato mais solene daquele templo social.

Não era raro um cliente convidar Xexéu para beber uma cerveja numa esquina distante, num sítio, ou numa cidade vizinha.

Ele não recusava o convite, pegava a chave do bar, colocava na mesa mais íntima, pedia ao cliente da cabeceira para tomar conta e o último que saísse fechasse o estabelecimento.

No outro dia, Xexéu ficava procurando quem fechou o bar, para acertar as contas: tudo certinho.

Isso pautava a conversa durante o dia todo.

Na Suíça, esse episódio seria motivo de documentário mundial, como destaque de civilidade.

A clientela do Bar era a fina flor das famílias cultivadas nas terras hebraicas do Seridó. 

Aquela esquina, a sala mais ampla dos encontros. 

Até dona Benedita, a mãe de Xexéu, vez ou outra, passava por lá para observar o trabalho e as espécies dos amigos do filho, cuidado materno natural.

Certa vez, espiando ele preparar um petisco, percebeu a falta de cuidado com as verduras, imediatamente exclamou:

“Xexéu, você não lavou as verduras…”

Xexéu de pronto respondeu: “Mamãe, quando a senhora compra pão, antes de comer, a senhora lava?”.

O ambiente quase vai abaixo com as gargalhadas.

Assim era o Bar de Xexéu.

Eu gostava de passar ali, por perto, pois existia um clima de alegria contagiante, de fraternidade, dando a impressão que a felicidade coletiva é uma coisa possível, próxima de todos.

Essa atmosfera ficou na minha memória, colada como um imenso retrato.

Hoje, Xexéu tem 94 anos, não tem mais o bar, que apenas ficou pregado na memória da cidade, mas gosta de ficar conversando, degustando uma bebidinha com os amigos, nos bares de sua preferência.

Sempre que vou a Caicó, aprecio passear pelo mercado e contemplar os pontos comerciais, como quem folheia um álbum de recordações na busca de uma fotografia preferida.

O ponto da esquina, onde funcionou o lendário Bar de Xexéu, é uma loja de antiquários sem o candelabro de ninho…

Janduhi Medeiros é escritor e poeta

A corrupção na cúpula

     

Ivar Hartmann

Este é o ano das eleições. Candidatos fortes são o atual presidente e o antigo. Ambos deixam marcas que o tempo apagará, como a conduta de seus filhos, passíveis de inquéritos e processos penais. Se o tempo não apagar, as altas cortes de Brasília se encarregarão disso. Então, os líderes da direita e esquerda tem muito em comum, afora as afinidades de ambos com o Centrão, o grupamento político do Congresso Nacional que é vergonha para qualquer nação civilizada. Mas tudo fica por isso mesmo. Os poderosos de Brasília, como se viu o ano passado, nas festas que patrocinaram em Lisboa, não dependem de siglas partidárias, cargos políticos ou jurídicos. São uma nova Maçonaria. A Maçonaria de resultados. Com várias Lojas como a maçonaria tradicional. Só que, ao contrário destas, são lojas mesmo: tudo se compra, tudo se vende.

A Transparência Internacional publica um relatório anual: Índice de Percepção de Corrupção. Ordena os países do mundo de acordo com "o grau em que a corrupção é percebida a existir entre os funcionários públicos e políticos". O índice é medido de 0 a 100, sendo zero considerado um país muito corrupto e 100 muito íntegro. Na esfera das relações humanas em particular, está relacionado ao suborno: oferecer algo para obter vantagem em negociata onde se favorece uma pessoa e se prejudica quem paga impostos. Em 2020, o Brasil obteve 38 pontos no ranking que avalia 180 nações, estando na 94ª posição.  Melhores no ranking Dinamarca e Nova Zelândia, com pontuação de 88. Uma das conclusões da Transparência sobre o Brasil: Nenhuma agenda de reformas anticorrupção foi apoiada pelo governo e aprovada pelo Congresso em 2020. Porque? Porque acabaram com a Lava Jato e o Centrão assumiu o poder.


Promotor de Justiça aposentado

ivar4hartmann@gmail.com


Deu no Sensacionalista


Maioria dos que recomendam ler livro em vez de assistir BBB não leem livro para ficar no celular reclamando do BBB


Todo início de ano é a mesma coisa: vem o IPTU, o IPVA e a galera reclamando de quem assiste BBB. 
Mesmo duas décadas depois, os fiscais de reality seguem atuantes nas redes sociais enquanto deveriam estar em seus saraus literários ouvindo música de câmara. 
Uma pesquisa realizada pelo DataSensa constatou que 95% das pessoas que mandam ler livro em vez de assistir BBB ficam no celular reclamando do BBB.
“Estou lendo o Diário de um Mago desde o BBB 9, aquele que o Max ganhou, mas não consigo avançar na leitura porque toda hora eu pego o celular pra criticar uma postagem sobre o BBB”, declarou um hater do programa. Ele pediu para terminar a entrevista para assistir a prova de imunidade: “Ah, eu vejo pra poder criticar né?”