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terça-feira, 28 de dezembro de 2021

Erro











Presente de fim de ano

   

Ivar Hartmann

Presentes são a parte material do Natal, esta festa que as famílias cristãs costumam antecipar por semanas ao enfeitar as casas, fazer presépios, montar arvores natalinas, ir às compras para as pessoas que amam. E as cidades, pelo aspecto comercial do evento, aprenderam que enfeitar ruas, criar espetáculos, valorizar os corais, dá bons resultados também psicológicos e de promoção. Mas há um tipo de presente que esquecemos amiúde: um presente de Deus. Ele, em sua sabedoria, resolveu que o ser humano deveria ser receptivo ao seu semelhante, quer ao ajudá-lo, quer ao regozijar-se com a sua companhia. Porque, a companhia dos amigos, sempre foi fundamental para o nosso bem estar pessoal. O que agora a psicologia recomenda, fazíamos ao natural através de gerações e gerações.

Caminhava, quando encontrei um grupo de amigos, que são expoentes da cultura gaúcha e brasileira: Ângelo Reinheimer, dinâmico responsável e curador desde 1998, da Fundação Scheffel, que abriga a obra do grande artista brasileiro Frederico Scheffel; Ariadne Decker, artista plástica carioca, residente desde sempre na cidade, com obras há décadas espalhadas pelo Brasil; Aurélio Decker, eficiente decano dos cronistas do Grupo Sinos e do Jornal NH, um dos mais importantes grupos jornalísticos brasileiros; Dudu Schmidt, o mais jovem comunicador do Vale dos Sinos. Todos reunidos na calçada frente ao atelier da Ariadne. Em uma tarde nublada, foram como um raio de sol a iluminar a andança. Surpresa da presença deles na calçada, satisfação repentina que me deram ao vê-los e alegria pelo encontro imprevisto. O ser humano é movido a impulsos. O do coração certamente é o mais sublime. Ótimo ano novo a todos amigos e leitores.


Promotor de Justiça aposentado

ivarhartmann@gmail.com

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

O ministro amigo da morte

  

Ivar Hartmann

Marcelo Queiroga, o Ministro da Saúde, tem um sobrenome tão incomum no Brasil que certamente é de ascendência argentina, parente remoto do único Quiroga que deixou seu nome da história: Facundo Quiroga. No século XIX, logo depois da independência argentina, formaram-se duas facções políticas: unitários e federalistas. Os primeiros, a burguesia de Buenos Aires, defendiam um poder maior para a capital.  Os federalistas, homens do interior, lutavam por um poder maior para as províncias. Seu nome mais conhecido é Rosas que lutou contra o Brasil. Facundo era conhecido como o el tigre de los llanos, porque em sua mocidade matara um tigre. Era homem de extrema coragem. Foi político, militar, governador e era um caudilho do norte do país. Morreu assassinado como João Pessoa.

Queiroga, liderança do norte é natural de João Pessoa. Aqui acabam as comparações entre os parentes. Queiroga se vacinou para ser ministro. Depois foi mudando de médico para político. Com vários deslizes em combate, é patente que prefere manter-se no cargo a fazer o certo para proteger a população. Sua última manifestação é a prova disso. O político seu chefe, é contrário ao Brasil exigir um passaporte sanitário para a Covid, e disse: as vezes é melhor perder a vida do que perder a liberdade. Marcelo Queiroga, um médico, resolveu repetir a mesma frase, ao defender que novas regras excluam a exigência do passaporte sanitário. As vezes é melhor perder a vida do que perder a liberdade. Nos lábios do político, não da área médica, é apenas uma frase de efeito. Na boca de um médico e ministro da saúde, é uma estupidez. A custa da população brasileira saudável que voltou a produzir e quer proteção contra os estrangeiros.

Promotor de Justiça aposentado

ivar4hartmann@gmail.com