Páginas

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Segredo

 MARIA TEREZA HORTA

Não contes do meu
vestido
que tiro pela cabeça

nem que corro os
cortinados
para uma sombra mais espessa

Deixa que feche o
anel
em redor do teu pescoço
com as minhas longas
pernas
e a sombra do meu poço

Não contes do meu
novelo
nem da roca de fiar

nem o que faço
com eles
a fim de te ouvir gritar.

BAR DE FERREIRINHA




Agora feda

 




Noticia muito importante para a humanidade

RECORDE: Karol Conká tem rejeição de quase 100% da população brasileira no BBB21.


terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

Sujou

 




Lascou tudo





País de praia e carnaval

Ivar Hartmann

Tem um livro, se não me engano do Garcia Márquez, cujo título é “CRÔNICA DE UMA MORTE ANUNCIADA”. Igual ao Brasil, terra de praia e carnaval. Aglomerações na praia = morte. Aglomerações no carnaval = morte. Todos sabiam que os excessos levariam ao aumento da contaminação do vírus chinês com a consequente superlotação dos leitos hospitalares e aumento do número de mortes. As batidas policiais para coibir festas particulares foram uma onda no oceano. Até porque, afora estes dois pesos a mais, as favelas estão super lotadas, os metrôs e os ônibus também e o único medicamento usado em quantidades no Brasil é a máscara. Verdade que na praia não dá para andar de máscara. Igual que em uma festa. E é da índole de cada povo. Alguns aceitam as proibições de não aglomerações. Outros não. Na civilizada Europa as pessoas foram a praia. Porque aqui seria diferente?

Então, ok, com o mesmo espírito desportivo vamos aguentar as consequências. Afinal o grande desportista nacional, o Bolsô, sempre fez alarde de que o vírus chinês não era nada. Não comprou vacinas quando elas estavam disponíveis no mercado. Como grande médico receitou medicamentos que podem inibir ou minorar os sintomas da doença, mas não combatê-la. E nunca usou a fundamental máscara, a não ser quando obrigado pela lei. O jornalista chapa-branca da Record, Augusto Nunes, que já foi sério e eu gostava de ouvir, comparou os mais de 250 mil mortos brasileiros com os mortos de outros países, para dizer que o Brasil não é o pior em mortandade. Que adianta isso para quem viu os seus morrerem? Como o Bolsô não demite o  incompetente ministro da saúde, culpado de Manaus, que consegue deixar as cidades sem vacinas?

Promotor de Justiça aposentado - ivar4hartmann@gmail.com

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

Sexo

 





Almanaque

Ivar Hartmann

Quando escolheram o atual Papa Francisco esqueceram que era argentino, em detrimento do Brasil. Torcedor do San Lorenzo, ofensa grave a Grêmio e Inter. Monstruosas injustiças. Um terceiro defeito capital: agregam que ele é comunista. Tão ridículas afirmações, sempre considerei como galhofa: uma alegre e ruidosa manifestação. Em um grupo de amigos, no entanto, um disse isso e foi criticado por outros. Francisco é comunista: escolhido pelo Papa anterior e dezenas de cardeais de todo mundo, analisando sua vida com lupa. Levar a sério seria porque a governança da Igreja está em mãos de cardeais comprados pela China. Ou Cuba (hahaha). Nossos nervos estão à flor da pele. Tudo que escrevemos deve ser levado ao pé da letra. Ledo engano. Para suavizar, vamos falar sério. Sobre almanaque.

Único produto disponível no mercado brasileiro que é gratuito. Apenas encontrado em farmácias. E só entregue mediante pedido do cliente. Nesta época do ano, quem não pede, não sabe o que está perdendo. Para os mais jovens, as voltas com computadores e celulares, há que explicar. Almanaque é um folhetim com umas 30 a 40 páginas, distribuídos por laboratórios farmacêuticos, que apresenta dados astronômicos, horóscopos, piadas, época de plantio de legumes e frutas, receitas alimentares, calendário (imaginem Santa Escolástica é padroeira do dia 10 de fevereiro), recomendações de vida, conselhos para boa alimentação, adivinhações, épocas de pesca em função da lua, pensamentos de pessoas cultas, etc. etc. O melhor: de forma superficial. Pelo seu tamanho e pela nossa necessidade. A propaganda de medicamentos é de produtos naturais. Então, antes de escrevermos furiosos no whatsapp, leiamos o almanaque!

Promotor de Justiça aposentado - ivar4hartmann@gmail.com

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

O juiz, os promotores e os delegados federais

 

Ivar Hartmann

Lava Jato. Com minha profissão, a torcida era pelos resultados positivos da Lava Jato. A favor a grande maioria dos brasileiros, a imprensa internacional e a imprensa sadia brasileira. Algum equívoco que o juiz ou os promotores deram no andamento dos vários inquéritos e processos que estavam levando os corruptos do Legislativo e do Executivo para a cadeia, não foram nada ante os resultados surpreendentes que a Lava Jato, em seus vários ângulos e desdobramentos alcançou de norte a sul do país. Faltava apenas enquadrar os bandidos do Judiciário. Com a eleição de Bolsonaro, nós, seus eleitores, pensamos que o Brasil finalmente andaria por novas trilhas. Mas as forças maléficas, Centrão, líderes partidários de rabo preso, grandes empresários e alguns juízes do STF pensavam o contrário.

Nosso sonho foi isso: um sonho. Agora a imprensa internacional e nacional, ainda atarantada, verifica como estas forças malignas conseguiram se re-aglutinar graças ao medo que Bolsonaro tem de ser cassado. A compra de votos de parlamentares através da liberação de emendas, a distribuição de cargos públicos entre os partidos políticos independente da qualidade dos pretendentes, tudo voltou ao que era antes. O maior eleitor do Lula e do PT hoje é o presidente que se deixou arrastar, para proteger o cargo e os filhos. Mais uma vez nós, brasileiros, fomos iludidos por sonhos. Já o fizemos com Collor. O vírus chinês segue matando face ao ministro incompetente. Nossos políticos seguem matando ao usar os cofres públicos para seus apetites e interesses.

Promotor de Justiça aposentado - ivar4hartmann@gmail.com

terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

Marieta

 

 Castro Alves

Como o gênio da noite, que desata
o véu de rendas sobre a espada nua,
ela solta os cabelos… Bate a lua
nas alvas dobras de um lençol de prata.

O seio virginal que a mão recata,
embalde o prende a mão… cresce, flutua…
Sonha a moça ao relento… Além da rua
preludia um violão na serenata.

Furtivos passos morrem no lajedo…
Resvala a escada do balcão discreta…
Matam lábios os beijos em segredo…

Afoga-me os suspiros, Marieta!
Ó Surpresa! ó palor! ó pranto! ó medo!
Ai! noites de Romeu e Julieta!





sábado, 6 de fevereiro de 2021

Cellina Muniz está de volta com Quase Contos


Depois de O livro de contos de Alice N. (2012), Uns contos ordinários (2014), Contos do mundo delirante (2018) e O Bombo – guerra e paz em Natal, 1945 (2020), a escritora alencarina/natalense Cellina Muniz lança hoje o livro “QUASE CONTOS”, o quarto no gênero e o nono título publicado pela autora, dentre literários e acadêmicos.

O livro apresenta 16 estórias, a maioria escrita durante o ano de pandemia, e foi contemplado na Lei Aldir Blanc/FUNCART.

“QUASE CONTOS” tem como posfácio um pequeno ensaio crítico de Alves de Aquino, poeta e editor cearense, além de professor de Filosofia da Universidade Estadual do Vale do Acaraú (UVA). Conhecido ironicamente como Poeta de Meia-Tigela, Alves de Aquino se debruça também sobre os livros anteriores de Cellina Muniz e assinala: “Cellina Muniz, com sua Tetralogia, não escapa, nem quer, à condição ordinária e delirante de qualquer ser humano, escritora ou não: a da falta, da falha, da incompletude — essa carência perpétua mediante a qual se procura transcender o conhecido já escrito rumo ao contar possível e vindouro”.

O livro também tem na capa ilustração da filha da autora, Rosa Maria, marcando assim o debut da jovem desenhista que, junto com a mãe, veio de Fortaleza morar em Natal há dez anos.

A autora autografará o livro hoje, em lançamento simbólico, no Sebo CataLivros, no Mercado de Petrópolis, no horário entre 9h00 e 13h00.

Mais informações pelo e-mail cellina979164@gmail.com ou com Raquel Lucena (84) 988311506.

Abaixo, pra degustar, um trecho do conto Dinheiro:

Caía algo: era a tarde. Em algum lugar distante, uma floresta queimava. Enquanto isso, ali, o vento soprava no verde das poucas árvores. Pedaços de papel voavam pela rua. Ivo já ia na quarta. Ou seria a quinta? O que importava? A cerveja consolava. Tomou um grande gole, limpando a espuma do beiço e esquecendo por um momento as mazelas que havia.

Adriana mesmo, que era o que ele mais queria por ora, não dava o menor sinal de existência.

E a vida continuava. Sem preço.

Cellina Muniz em imagem de Ana Potiguar

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

O sopro da vida

Ivar Hartmann

Somos um sopro de vida. Os livros de autoajuda, na maioria, são apenas o que já se sabe e servem para os autores ganharem dinheiro. Nascem aos borbotões. As palavras de apoio de psicólogos e psiquiatras remediam mas não ajudam o infeliz a ser feliz. A medida que nossa vida passa, adquirimos hábitos que passam a fazer parte de nós mesmos. E por isso é tão difícil mudá-los. Não obstante, muito mais importante do que nossas diferenças políticas, religiosas ou esportivas, cujas discussões as vezes raiam a selvageria, todos nós temos uma coisa em comum: o desejo permanente de sermos felizes. O que significa que nossa saúde, um pouco melhor ou um pouco pior, nos ajuda a levar uma existência tranquila. Que nossos familiares e amigos seguem com suas vidas e suas presenças nos dão felicidade. Que nosso fim de mês, dentro do que estamos acostumados, está garantido.

O vírus chinês mudou o mundo para pior. Vidas sadias e empregos garantidos desapareceram ao longo do ano passado. Parentes e amigos se perderam. Quando voltaremos a estar tranquilos já que a máscara é o sinal dos tempos difíceis que atravessamos? Afora isso, o destino está sempre pronto a nos surpreender. O erro ao volante, o passo em falso, o medicamento esquecido. Minúcias inesperadas e de repente o trágico. Que atingem a todos, independentemente da idade. A vida passa rápida. Não tanto como a da borboleta. Mais rápida que a da tartaruga. Dela levamos a vida que levamos. Viver nosso dia a dia como se fosse o último. Mas quem pensa nisso quando acorda? Viver espalhando otimismo e alegria para quem nos cerca. Viver de tal maneira que ao longo da vida possamos criar e conservar nossos amigos. Este o sopro de nossas vidas.

Promotor de Justiça aposentado - ivar4hartmann@gmail.com

terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

E agora?






Bibica Di Barreira financia projeto para escurecer o Sol e reduzir aquecimento global



                                                                 Foto: João Damásio

O bilionário fundador da RIFFS CORPORATION, Bibica Di Barreira, está financiando um estudo junto a cientistas da Universidade de Timbauba dos Batistas, UTB para usar na atmosfera um aerossol que é capaz de dissipar a quantidade de luz solar que incide sobre a superfície terrestre. A proposta é conter o aquecimento global.

O nome do projeto é um tanto indecifrável: Experimento de Perturbação Controlada Estratosférica (SCoPEx, na sigla em inglês). A iniciativa pretende borrifar poeira atóxica de carbonato de cálcio (CaCO3) na atmosfera para compensar os efeitos do aquecimento global e refletir parte da luz solar de volta ao espaço.

Um estudo realizado por cientistas da UTB em 2018 e editado pelo Instituto de Tecnologia da Palma apontou que o aerossol de carbonato de cálcio pode ajudar a reduzir o aquecimento da terra, mantendo intactas as partículas essenciais que compõe a estratosfera. É um avanço em relação a outras iniciativas, como o aerossoal de sulfato, que combatia alguns riscos climáticos, mas que acabava por destruir as partículas de ozônio.



Um foi. O outro?

Ivar Hartmann

Há dois anos, Bolsonaro eleito foi se encontrar com o Presidente Trump dos Estados Unidos. Grande identidade entre eles, o americano que ficou rico comerciando em Nova Iorque e o latino ainda deslumbrado. Como Trump era contra a máscara e a favor da cloroquina, Bolsô seguiu seu ídolo. Trump foi derrotado na eleição pela maneira errada como dirigiu a pandemia. Não foi  estadista, pagou o preço. Agora, passado um ano, as coisas ficaram mais claras. Os países civilizados da Europa e América adotaram a máscara como um protetor seguro e capaz de diminuir a contaminação. A cloroquina é considerado um medicamento que diminui os efeitos do vírus chinês, mas longe de ser um antídoto. A vacina chinesa que o presidente brasileiro recusava adquirir e que permitiu ao governador Dória correr na frente e comprar, em uma jogada política, ao final depois de milhares de mortes, começou a ser comprada da China.

A Amazônia é o pulmão do mundo segundo a lenda. Manaus, sua capital. Quando seus filhos poderiam pensar que morreriam por falta de oxigênio? O ministro da saúde está sendo processado por sua responsabilidade nas mortes. Bolsonaro, em desrespeito aos governadores que fecharam seus Estados, como o fazem os países europeus para lutar contra a pandemia, diz que eles não deixam as pessoas trabalhar. E para continuar a dar o mau exemplo para os pobres e sofridos, continua aparecendo sem máscara. A eleição para a qual ele busca a reeleição é o ano que vem. Como Trump, o que ele está fazendo agora vai refletir e ser cobrado amanhã. O atual presidente americano já vacinou 50 milhões de cidadãos em pouco mais de umês, enquanto engatinhamos na vacina. Há que temer a volta dos quadrilheiros.

Promotor de Justiça aposentado - ivar4hartmann@gmail.com