Na Guerra Civil Espanhola do século passado, milhares de aventureiros participaram dos combates, nos dois lados dos bandos em luta, afora militares nazistas e comunistas. O que os movia era principalmente a paixão pela causa que defendiam: democracia ou comunismo. As guerras de independência na África fizeram surgir um novo negócio, o de empresas que intermediam a contratação de ex-militares ou civis para servirem, como guarda armada ou tropa de exército, em favor de ditadores sob perigo de cair ou líderes revolucionários que necessitam maior poder de fogo. Mediante remuneração e seguro de vida. Negócio lícito muito procurado e objeto de vários filmes mais ou menos reais. Agora, na Ucrânia, os comunistas russos contrataram chechenos e, dizem, sírios para seu exército. E ocidentais de vários países já foram detectados nas tropas ucranianas. Há poucos dias dois gaúchos foram mortos lutando pela democracia. Comandados por outro brasileiro.
Muita coragem para assumir riscos elevados e bem pagos. Mercenários? Aventureiros? Como se engajam? Segundo a imprensa, na entidade chamada Legião Internacional de Defesa Territorial da Ucrânia. Responsável pelo recrutamento de combatentes. Emprego que pode pagar até dois mil dólares mensais. No Brasil o engajamento passa pela Embaixada da Ucrânia em Brasília ou pelos consulados de São Paulo, Curitiba e Blumenau. Contrato legal, com poucos documentos como prova de prestação do serviço militar e passaporte válido. Emprego proibido aos militares da ativa. Pela lei brasileira, nada impede de um civil combater por um exército estrangeiro. A lei penaliza apenas quem provocar guerra ou hostilidades contra o Brasil. Liberdade e democracia. Comunismo e tirania.
Promotor de Justiça aposentado
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