Políticos e políticos
Seria repetitivo afirmar que, no Brasil, tudo mudou para o pior.
Mas, não seria pertinente dizer que as coisas ficaram piores porque os nossos políticos desceram para um degrau inferior? Inclusive os políticos do nosso Seridó.
Não vejamos essa diferença para pior sob o aspecto da honra e da honestidade. Vejamos essa descida de nível até como um respeito aos seus eleitores e conterrâneos (no caso dos nosso do Seridó).
Para que possamos fazer uma comparação daqueles nossos políticos de antes e os atuais, relato abaixo exemplos específicos de políticos de ambos os tempos.
Monsenhor Walfredo Gurgel |
Monsenhor Walfredo Gurgel era Governador do Estado do Rio Grande do Norte, quando foi a Macau inaugurar uma agência do BANDERN (Banco do Estado do Rio Grande do Norte). Naquela ocasião, exigiu que todos os funcionários do Banco do Brasil daquela cidade, jovens que foram seus alunos no GDS (Ginásio Diocesano Seridoense), estivessem ao seu lado no momento em que ele cortasse a fita da inauguração oficial. Quase não houve expediente no Banco do Brasil, pois metade do seu quadro funcional era formado por seus ex-alunos.
Naquela mesma época, ele ainda Governador do Estado, esteve numa das minas de scheelita do município de Currais Novos (RN). O objetivo da visita era a inauguração das novas instalações daquela empresa, que havia contado com incentivos do Governo do Estado e com financiamento do Banco do Brasil, que determinou que eu estivesse presente.
No meio de muita gente, inclusive pessoas da sua comitiva, políticos de vários partidos e bajuladores de vários matizes, eu procurei ficar, humildemente, anônimo.
Ele me viu, foi até onde eu estava e desfechou:
– Como vai você, Ciduca de Manoel de Neném?
Fiquei surpreso, mas respondi de volta:
– Vou bem, padre filho de Mãe Quininha!
E ambos caímos na gargalhada.
Observem o homem público de hoje. Estive na última Festa dos Ex-Alunos do GDS/CDS, de Caicó, para onde também afluem nossos políticos seridoenses e seus pares de outras regiões do estado.
No auge da festa, lá vem um conterrâneo, um conhecidíssimo político seridoense, como um autômato e com o sorriso de gesso no rosto e cumprimentando efusivamente as pessoas presentes com um seco “Como vai você?”
Naquela toada, chegou à nossa mesa, cumprimentou meu irmão, em seguida minha esposa e, por último a mim, sempre com um aperto de mão formal e a automática frase: “Como vai você”?
Quando já ia partindo para a próxima mesa, eu o chamei de volta e perguntei:
– Doutor! Você nos reconheceu?
– Não! – sinceramente, ele respondeu.
Então, a título de apresentação, eu expliquei:
– Eu sou Ciduca de Manoel de Neném, ele é Zé de Neném (meu irmão) e ela é minha esposa.
Ele balbuciou algumas palavras como desculpas e voltou a nos cumprimentar dizendo nossos nomes.
Fecho final. Eu e aquele político, quando jovens, fomos contemporâneos no GDS de Caicó e, posteriormente, dividimos a “bandejão” da Casa do Estudante do Rio Grande do Norte, por muitos anos.
Ciduca Barros é escritor e colaborador do Bar de Ferreirinha
pelo jeito foi Vivaldo Costa, ele q morou na casa do estudante.
ResponderExcluirMONSENHOR VALFREDO GURGEL E O SENADOR DINARTE MARIZ FORAM OS "POLITICOS" DO RN MAIS AMIGOS DOS POTIGUARES, MESMO TENDO CADA UM SUAS BANDEIRAS
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