O vexame do pastor
Eu não sou evangélico, mas tenho o maior respeito por aquelas pessoas que são, mesmo porque sou casado com uma pentecostal há mais de 40 anos e, numa demonstração cabal de tolerância religiosa, esse fato nunca foi óbice para nossa convivência pacífica.
Eu continuo rezando para Maria, Sant'Ana e meus santos, ou seja, sou católico apostólico romano.
O que importa realmente é que somos cristãos e procuramos viver tentando obedecer ao que o filho de Deus ensinou.
Por mais de uma ocasião, estive presente em cultos de igreja evangélica.
Numa dessas ocasiões fui assistir à pregação de um pastor pernambucano que, além de excelente orador sacro, também era um bom cantor.
Aliás, ele é um bom cantor, ótimo pregador e tem um excelente humor.
Após o ato religioso, ele, a pedido do público ali presente, começou a cantar, com a sua voz afinadíssima, algumas músicas gospels.
As pessoas que já o conheciam, assim como se faz com os grandes ídolos musicais, começaram e lhes mandar bilhetinhos pedindo as suas músicas prediletas.
Ele as recebia e atendia aos pedidos, mas resolveu contar a seguinte história engraçada.
Certa feita, eu estava cantando numa igreja de certa cidade de Pernambuco e as pessoas, assim como vocês nesta noite, começaram a me enviar seus pedidos através de bilhetes.
Em virtude do avançado da hora, o último bilhete eu não pude ler e, simplesmente, coloquei no bolso do paletó.
Quando cheguei ao hotel, resolvi ler e quase morri do choque, pois o bilhete simplesmente dizia:
- Pastor, a sua braguilha está aberta.
Ciduca Barros é escritor e colaborador do Bar de Ferreirinha
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