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terça-feira, 23 de abril de 2019

Teus olhos

Teus olhos de tão mística elegia,
resplandecentes de penumbra viva,
Perdem-se em mim: do meu olhar deriva
A luz da mais cristã melancolia!
Possa eu viver em ti, nessa harmonia
De memorante paz meditativa;
Minha alma da tua alma se cativa,
Aspira o teu silêncio que inebria!
Teu vulto no Ar imprime-se em debuxos
De recortada flor; visões perpassam
Noturnamente nos teus olhos bruxos!
Uma fonte discorre outonos tristes;
Caem flores do Céu; almas esvoaçam;
Estendo as mãos… adeus! Já não existes!

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