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segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Amigo

Vinícius de Moraes
Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo sempre ao lado
Com olhos que contem o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.

Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver o outro nascer
E o espelho da minha alma multiplica.


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