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terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Puteiro em Minas Gerais


Dois mineiros, reconhecidamente adversários políticos, protagonizaram um barraco fuderoso na pequena cidade onde moravam, perto de Belzonte. 
Um, morava na área urbana, ou na rua como se diz, e as pessoas o chamavam de Coroné
O outro, caipira do sítio, era conhecido pelo apelido de Minêrim.
Os dois, casualmente, se encontraram na única barbearia da cidade. 
Lá sentados, lado a lado, não trocaram uma só palavra.
Os barbeiros temiam o início de qualquer conversa, pois poderia descambar para discussão.
O Coroné tinha fama de brabo, sempre andava armado.
O Minêrim era brabo que nem siri na lata.
Os barbeiros terminaram a barba dos dois mais ou menos ao mesmo tempo.
O que atendeu o Coroné estendeu o braço para pegar a loção pós-barba e foi interrompido rapidamente por ele, que argumentou:
- Não, obrigado. A minha muié vai sentir o chêro e pensar que eu tava num putêro! 
O outro barbeiro virou-se para o Mineirim e perguntou:
- E o senhor, quer a loção?
- Uai, popassá, sô! Minha muié num sabe mermo como é chêro de putêro. Nunca trabaiô lá!
A barbearia permanece fechada pra reforma!

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