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quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Diarreias mentais - CXXXI


Reforma da Constituição Federal

Sempre que eu escuto os políticos falarem que a nossa Constituição Federal precisa de uma reforma, eu me lembro dessa velha e decantada história. 
Em 1924, os deputados constituintes estavam reunidos para, mais uma vez, reformar a nossa Constituição. 
Como sempre, a imprensa da época dava a maior ênfase ao evento, com uns contra outros e outros a favor e aquela celeuma que todos já conhecemos. 
Então, um concorrido jornal do Rio de Janeiro, decidiu visitar o velho João Capistrano Honório de Abreu (1853 – 1927), para saber a sua opinião e sugestões sobre a reforma da nossa Carta Magna. 
Largamente conhecido como Capistrano de Abreu, cearense radicado no Rio de Janeiro, ele já era um respeitado historiador, mas, com a idade, tornou-se um velho irascível.
Os repórteres foram encontrá-lo em sua casa, deitado numa velha rede, fumando e cuspindo numa lata. 
Sem se levantar da rede, ele falou:
– O Brasil está perdido e querem atribuir todos os males às leis!
E continuou:
– Eu proponho que se substituam todos os parágrafos da Constituição por apenas um.
E decretou:
– Parágrafo único. Todo brasileiro fica obrigado a ter vergonha na cara!
E cuspiu na lata.

Ciduca Barros é escritor e colaborador do Bar de Ferreirinha

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