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terça-feira, 19 de setembro de 2017

Carmem Maria Anschau

Ivar Hartmann

Andando pelo Lichtenthal, interior de Picada Café, encontraram a beira da estrada a Carmen Maria. Carregando às costas 75 anos e mais 15 quilos de pasto para o gado. Que contou não gostar de ficar parada e faz o trajeto diariamente, levantando as 06h30 e indo dormir às 22h30. Trabalha duro na lavoura toda uma existência, de sol a sol, de domingo a domingo. Gosta do que faz e de jogar canastra e ir a bailes. Exemplo para esta gurizada da cidade que reclama de tudo na vida. Uma amiga também começou a vida trabalhando na roça dos pais, em Parai, terra do basalto. Estudava na escola próxima. Uma prima convidou-a para ir a Novo Hamburgo cuidar de uma idosa. Ela foi. Trabalhando de dia e estudando á noite, terminou o ensino secundário, entrou na FEEVALE e concluiu duas faculdades. Que lhe deram profissão, casa, apartamento, automóvel e uma vida confortável. Quando queremos apresentar a prova de um homem que venceu na vida pelo trabalho duro, iniciando com dificuldades e transpondo todos os obstáculos que se lhes apresentaram, pensamos no A. J. Renner - Antonio Jacob - que saiu de colônia alemã da Feliz, no vale do Caí, para ir estudar e trabalhar em uma fábrica de banha em Montenegro e depois foi trocando de profissão até se tornar um dos maiores empresários do Rio Grande do Sul. Ou no João Gerdau, imigrante alemão que veio para o Brasil, e virou comerciante no interior do Rio Grande. Depois comprou uma pequena fábrica de pregos em Porto Alegre, negócio que passou para o filho Hugo. Ela veio crescendo até transformar-se no império siderúrgico de hoje. Mas são exceções. Não devem servir de exemplo porque dificilmente serão alcançados. A grande maioria da população que nasce pobre e trabalha duro durante a vida, alcança outro nível social, com mais conforto e tranquilidade, sem ver seus nomes registrados entre os capitães da indústria. Não importa muito. O que importa é que pelo trabalho e estudo, aproveitando as oportunidades que a vida lhes deu, conseguiram melhorar de vida tornando-se, anos carregando um fardo às costas, pequenos e médios empresários o que lhes permite dar conforto para si e suas famílias. Estes é que formam o grande contingente de brasileiros que pagam impostos, empregam milhões de operários, fazem girar a economia. Onde tiver uma mulher de 75 anos trabalhando feliz e vivendo sua vida, está o Brasil que queremos.
ivar4hartmann@gmail.com

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