Páginas

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

No bico do abismo

Thales natan



Vem, doida. Deita aqui comigo, nesse sofá.
Encosta a cabeça em meu peito
Deixa tudo lá fora, pra depois que abrirmos as portas.
Escreverei em ti com teu lápis preto de olho,
Escreverei em teu corpo todo, coisas vazias, tatuagens de ironia.
Farei de ti minha galeria

Somos abstratos. Eu conquistando um planeta, me dando por satisfeito 
E você buscando mais universos para sua coleção
Me compondo por dentro, eu, te roendo por fora.

Vem, que enrolo teus cachos em meu dedo
Faço o tempo trançar junto ao meu tempo fictício
Dançaremos essa valsa caos, seu consciente e meu inconsciente
Reprimindo todas as angústias,
Uma pirueta no bico do abismo da loucura.

Nenhum comentário:

Postar um comentário