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domingo, 17 de setembro de 2017

Semana doida

Goya Bada

Esta semana foi digna de hospício e temos o direito de misturar fatos e piadas prontas. Afinal, o brasileiro tem esse dom de iludir a si mesmo, fazer piada de tudo e matar todo mundo de rir. Dizem por aí que é ótimo conseguir rir de si mesmo, mas vai ficando cada vez mais claro que essa conversa é mole. A cada piada dessas, só chegamos à conclusão de que estamos numa situação ainda pior, sem saída.

Geddel, morrendo de medo de tomar na papuda, alegou risco de estupro e pediu para voltar à prisão domiciliar. Prefere dar o ar da graça somente para quem conhece. Tão bobinho... Segundo Zé Simão, há risco de zoofilia, porcofilia.

Não duvidemos que essa notícia de estupro iminente tenha sido plantada exatamente para a defesa apresentar esse argumento para tirar “o porco” (segundo Renato Russo, em seu livro) da cadeia. Afinal, Eduardo Cunha chegou para uma temporada no mesmo clube de cafajestes e nem tocou no assunto. A não ser que a falta de Cláudia Cruz Credo... Afinal, Ricardo já tomou no Saud e foi pra lá também. Deve ter conversado com Geddel e o baianinho agora tá doido pra negociar uma dação e confessar que a única mala que gosta de manusear é a do dinheiro, quem requebra os quartos na dancinha da garrafa é seu irmão de-puta-do.

Provando que tem esquema de proteína animal, Joesley voltou para Sun Paolo, onde até agora nenhum preso demonstrou interesse em suas carnes podres. Esse tá preocupado é com o fato de que tem gente ticiana da vida com ele. E aí não tem acordo, não vale esse troquinho que a PGR está cobrando, porque a tanajura está indo pro brejo. O negócio é tão sério que ele até esqueceu o terço e Nossa Senhora na viagem de volta.

Janot, ao invés de pedir para cagar e sair, enlouqueceu a biruta e saiu denunciando tudo. Até Pero Vaz de Caminha vai ser exumado para explicar o emprego que pediu para um irmão na carta a El Rey de Portugal, quando relatou que Cabral descobriu um bordel a céu aberto na Bahia.

E Collor já começou a traduzir a petição de extradição da ossada de Caminha, pois só chama Janôt de Janó. Por esse detalhe, a nova PGR Dodge Dart já está desconfiada que o collorido vendeu a agência de carrões propinados e envenenados, mas está mancomunado com Cerveró nessa rima pobre. Pode ser apenas um ponto de vista da Dodge, mas Cerveró não perde o foco, está sempre com um olho na missa e outro no padre observando tudo em imagens 2D.

Enquanto isso, um juiz de São Paulo condenou um morador de rua a prisão domiciliar, por furto. Imagine a confusão para cumprir o mandado e levar esse cara para casa. O jeito foi montar uns tapumes e botar o infeliz dentro.

Noutra frente da Sala de Justiça, a Polícia Federal investiga com Batman a suspeita de que Zé Sarney teria malas escondidas no Maranhão, com cerca de R$ 1 trilhão de cruzados. Dizem que o mais difícil está sendo convencer o marimbondo de fogo que isso é apenas papel velho, que ele pode dizer onde está o tesouro do Capitão Gancho e até fazer um acordo para trocar por três pentes Flamengo (cabem em qualquer bolso e são bons para pentear bigodes e macacos).

O país desmanchando e uma enorme tribo de desocupados acampou no modelo MST na porta de um hotel em Copacabana, chorando porque Lady Gaga recebeu o espírito de Tim Maia e não vai mais se apresentar no Rock in Rio! Teve uma das bonecas inconsoláveis que saiu na defesa: “Não é nada disso, ela teve uma crise de fimose!” E outra, em desespero, gritou de lá: “Deixe de ser burra, mulher, é fibromiaugia, uma doença transmitida pelos gatos”. Aí passa um sacana com um som altíssimo no carro e, com aquela voz fanha e desmunhecada, grita: “Ela não vem mais, gentchi. Não vem mais!”, tripudiando das coleguinhas. Ô raça desunida essa de fãs de celebridades mediúnicas.

E os espíritos zombeteiros estão por aí, como prova o relato de um jantar à sós, em que Lula recebeu a visita de Marisa. Ela chegou naquele copo que enlouquece andando pela mesa, revelando todos os escondidinhos de abóbora do velhaco. Ao final, ainda avisou que Celso Daniel estava na fila para descer e dar uma palavrinha com Nine Fingers. Imediatamente, ele acionou o adévogádo João Bobo para pedir ao supremo de frango que feche todos os centros espíritas do país, para que Marisa, Celso (e todas as testemunhas que foram morridas) e Toninho do PT não façam delação premiada no além para o juiz Sergio Morro de medo.

A defesa vazada do molusco já preparou até um habeas corpus preventivo para Zé Dirceu, que andou dizendo que preferia morrer a virar delator. Afinal, não custa garantir, pois o cabra pode mudar de ideia quando passar para o plano de curso superior por supletivo e virar mal-assombro de língua solta na prova oral do Juízo Final.

Zé Sarney também resolveu apoiar essa medida de extrema unção, pois teve um palpite que Dilson Funaro também pode entrar na fila da mesa branca para falar exatamente do Plano Cruzado, daquela dinheirama escondida e do maranhão que ele guardou nas malas. Afinal, não fica bem para um homem público e notório do porte de Matusalém ter a vida exposta na privada mediúnica e tomar na ilha de Curupu.

Imediatamente, lula lelé, ainda tonto tentando achar os recibos de aluguel que doutor Moro imparcial pediu, e puto porque Marisa não contou onde escondeu esses papéis, ligou para Sir Ney, disse que ele está proibido de morrer e que vai buscar apoio para mumificá-lo em vida na própria cadeira de madeira imortal da Academia Brasileira de Letras tortas. O velho marimbondo disse que topa, desde que não falte óleo de peroba para tirar a barba e graxa Nugget para pintar o cabelo e o bigode. E para fazer barba, cabelo e bigode, pediu para arranjar recursos da conta Amigo para Edison Babão e Jáder Baralho irem junto, com a condição de arrumar graxa acaju.

Das Alagoas, Renan encrenqueiro profissional continuou com cara de paisagem, mas não escondeu o interesse a respeito do processo de transporte das tintas acaju para o outro lado da meia-noite. Afinal, o homem dos bois voadores pretende continuar se fazendo de morto para comer o coveiro da Papuda. Geddel entrou numa crise branda, nada mais do que um panicuzinho na tevê, chorando lágrimas de crocodilo. Mas isso dá e passa.

Goya Bada não é jornalista, é doce.

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