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terça-feira, 12 de setembro de 2017

Educação infantil

Ivar Hartmann

Jornais e revistas estão cheias de conselhos de psicólogos, pedagogos, médicos, educadores, etc., sobre a maneira de educar filhos pequenos. Enquadro-me nos etc. para colaborar no debate. Mais ou menos em uma mesma linha de não exagerar nos SIM, esquecendo os NÃO. Cada pai ou mãe pensa de maneira distinta, mas no fundo, no fundo, duas linhas são claras: como posso educar meu filho sem me incomodar muito. O diabo é que a resposta é uma só: não pode. Vamos dizer que até os cinco, seis anos podemos curtir nossos filhos que fazem o que queremos por serem dependentes completos de nossos desejos. À medida que vão ficando com mais idade a escola já interfere, com seus turnos e returnos, os amiguinhos e os jogos eletrônicos, começam a distanciar-nos deles. O cantor Passarinho cantou bem: quando a gente abre as asas, nunca mais, nunca mais. Porém, o aprendizado familiar continua e tantas vezes, em busca de manter o filho para si, esquecemo-nos do NÃO, para sermos agradáveis e cordatos e tentarmos bancar os amigões. Claramente então, jogamos para quando eles forem adultos uma parte fundamental de nosso aprendizado de vida: conviver, aceitar e buscar superar os NÃO que os falsos amigos, o emprego, o estudo e a futura família irão nos pregar. Como se meus pais, na ânsia de agradar, esqueceram-se de me dar as ferramentas?
Meu filho é um moço que cresceu, estudou, fez faculdade, tem emprego, goza de bom conceito entre seus pares. Isso sem nunca levar um tapa ou chinelada. Quando era mandado de castigo tinha o direito de discutir se o castigo que eu lhe aplicava era justo. Quanta vez não era, e ele se safou... Era mandado para um canto e lá ficava alguns minutos, em pé contra a parede. Agora, o pior era quando ficava proibido de ver o Chapolin Colorado do dia, e, em um crescendo, a pena máxima: dias sem qualquer televisão. Nunca lhe faltaram livros e brinquedos para passar a infância e foi alfabetizado muito cedo. E ajudou muitíssimo, porque como diz o programa do NH, FACCAT e UNISINOS: Ler é Saber. Enquanto coleguinhas de aula ganharam celulares ele nunca o teve. Quando os pais começaram a instalar televisão em seus quartos e no dos filhos, pensei que isso seria uma forma de diminuir o necessário convívio familiar. Não ganhou TV e, por analogia, os pais também não. Única coisa que me arrependo: não ter convivido ainda mais com ele quando era pequeno.


ivar4hartmann@gmail.com

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