Ciduca Barros
O Viagra, logo que surgiu no mercado, era muito caro.
Eu tinha um amigo que dizia que ele (o Viagra) era mais caro do que a mulher.
Manoel Rebouças era contínuo (Quadro de Portaria) do Banco do Brasil ganhando pouco, com mulher e filhos para criar e já beirando a zona da disfunção erétil.
Na época desta história ele trabalhava numa agência de uma cidade do Seridó e também se animou para provar (e comprovar) o comprimido azul.
Por sua humilde condição financeira, pouco viajava à capital do Estado, então propôs a um colega que viajava semanalmente para lá:
– Elepê, eu vou fazer umas economias e pedir pra você comprar uma caixinha de Viagra pra mim. Estou precisando me turbinar.
E assim foi feito. Poupança feita. Mercadoria comprada. Quando o colega Elepê lhe entregou o produto, ele, possivelmente pressionado pela economia, fez nova pergunta:
– Elepê, será que uma bandinha resolve o meu caso? Esta porra é muito cara!
E ainda acrescentou:
– Eu vou transformar estes cinco comprimidos em 10.
À vista de vários colegas, muniu-se de uma faca da cozinha lá do Banco mesmo e se preparou para dividir os comprimidos.
Quando tentou repartir o primeiro comprimido, aconteceu uma tragédia: uma banda ficou inteira, mas a outra se esfarelou e virou pó.
O pobre de Mané, já contabilizando o seu prejuízo, gritou:
– Porra! Perdi uma trepada!
Escritor e colaborador do Bar de Ferreirinha
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