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sábado, 11 de novembro de 2017

Pântanos

Anderson Braga Horta

Caía o luar nos pântanos tranquilos.
Um sapo-boi coaxava tristemente.
A sinfonia sem calor dos grilos
enchia o quarto e entrava-me na mente.
Pus-me a escutá-los, momentaneamente:
cantavam mal… E eu me cansei de ouvi-los,
metendo o olhar, indagadoramente,
dentro da noite plena de sigilos.
Loucas perguntas, que ninguém responde,
em mim ecoavam, como numa furna.
E ébrio de sono e angústia, de repente,
julguei que os homens fossem brejos, onde,
regendo a triste orquestração noturna,
um sapo-boi coaxasse gravemente…

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