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quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Diarreias mentais - LXV


Beleza feminina

Primeiramente, o conceito de feio é extremamente relativo. Às vezes, o que fere a vista de alguém é aceitável para outro. Quanto ao sexo feminino, infelizmente, o padrão de beleza física, vem nos sendo impingido, através dos tempos.  
Num passado remoto, foram os pintores e escultures, que moldando mulheres “cheinhas”, estabeleceram que o protótipo feminino teria que ser sem curvas.  
Cito aqui as pesadas matronas de Renoir e as mulheres corpulentas de Fernando Botero. Os seios pequenos, as pernas finas eram percebidas pelos homens como uma negação da feminilidade.  
Ser uma mulher considerada feia, nas primeiras décadas do Século XX, era terrivelmente negativo. Com o advento da Fotografia e do Cinema, a imprensa divulgava e exaltava os tipos femininos com o glamour das atrizes Theda Bara e Greta Garbo, que foram símbolos maiores das mulheres ditas vamps.  
Transcrevo abaixo um texto do ano de 1928, extraído da Revista Cinearte, periódico que foi editado no Rio de Janeiro, entre os anos 1926/1944, ocasião em que o cronista traçava um perfil de beleza:  
“Atraente e perfeito, pelas atitudes provocantes, o olhar liquefeito e perigoso, no andar lento e sensual, nos lábios contornados e convidativos. As que têm isso os homens seus escravos são”.  
A indústria cinematográfica americana, durante muitos anos, impôs um padrão estético de beleza, que ainda trazia em seu bojo o belo feminino como fator preponderante de desejo.

Ciduca Barros é escritor e colaborador do Bar de Ferreirinha

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