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terça-feira, 14 de novembro de 2017

Nuvem

Anderson Braga Horta 

Vês, ao longe, uma nuvem fugidia
beijando a extrema curva do horizonte?
Qual garça fugitiva ela corria;
parada, sorve a luz da eterna fonte.
Olha-a bem. Vê-lhe a forma, que varia,
conforme a viração, de monte a monte.
Peregrina volúvel… Caberia
senão em todo o céu? Aqui defronte
fita-me agora. Como a dos espaços,
nuvem, movem-me as auras de uns carinhos,
aquieta-me a volúpia de uns abraços…
Só por ti sou todo eu: repouso e lida,
langor e crispação, brandura e espinhos,
na pulsação unânime da vida!

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