Se eu deitar num divã,
encontrarei o meu ego,
olhando firme, pra mim,
Só quer me ver este cego!
encontrarei o meu ego,
olhando firme, pra mim,
Só quer me ver este cego!
Me deparar, vejam só, com
coisas que sempre nego.
De sentir amargor na fruta
De sentir amargor na fruta
doce que pego.
De castigar a lembrança,
De castigar a lembrança,
com imagens que renego.
De só gostar do que tenho,
quando ao desprezo relego!
Se eu deitar num divã,
perceberei o meu ego
dizer, zombando de mim:
- Depois eu, que sou o cego!
perceberei o meu ego
dizer, zombando de mim:
- Depois eu, que sou o cego!
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