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domingo, 2 de agosto de 2020

Adriana, três maridos e muitas terras



Confesso, logo no início, que até tento ser um pesquisador, mas sou um amador, com poucas horas dedicadas à tarefa, o que me faz transcrever pesquisas já consolidadas, evidentemente, mencionando as fontes. Neste sentido, fui buscar nas pesquisas de Joabel Rodrigues de Souza e de Olavo de Medeiros Filho algumas informações sobre uma das figuras marcantes da história do Seridó. Refiro-me a Adriana Hollanda de Vasconcelos Galvão.
Dona Adriana tinha muitas terras no Seridó que a gente ama. Ela mesma administrava os negócios. “Mantinha compra e venda de gado; construiu uma casa de farinha na Serra do Piauí; requereu terras de plantar e criar na Serra Azul (hoje, Serra de Sant’Ana); foi a primeira proprietária da Serra Grande (Cerro Corá e Lagoa Nova, posteriormente), doando-a para o Patrimônio de Sant´Ana (daí a denominação de Serra do Patrimônio e Serra de Santana).
Adriana, filha de João da Rocha Moura e Maria Madalena de Vasconcellos, casou-se em primeiras núpcias com Cipriano Lopes Galvão, primeiro Coronel do Regimento de Cavalaria da Ribeira do Seridó. No início do casamento, Dona Adriana residiu em Igaraçu onde nasceu Cipriano Lopes Galvão (2º) em 1753, vindo residir no Seridó, na Fazenda Totoró, em 1755.
Do casal Adriana e Cipriano nasceram: Cipriano Lopes Galvão, João Lopes, Manoel Lopes, Tereza, Francisca Xavier de Moura e Ana Lins de Holanda Vasconcelos.
Cipriano, o primeiro marido, faleceu. Dona Adriana casou com um fazendeiro chamado Félix Gomes, que os pesquisadores dizem ter sido um homem rico para a época. Com ele teve um filho: Félix Gomes Pequeno. Escreveu Câmara Cascudo: “Felix Gomes, do Totoró, fazendeiro milionário que enterrou muito ouro na propriedade”.
Mas, Félix Gomes também faleceu e Dona Adriana partiu para o terceiro casamento. O escolhido foi o português Antonio da Silva e Souza, fazendeiro e político, tendo sido, inclusive, presidente da Câmara da Vila do Príncipe (Caicó). Ocorre que Dona Adriana também sepultou o terceiro marido. Antonio da Silva e Souza “faleceo de indigestão” e foi sepultado em Caicó.
De um neto dela, Cipriano Lopes Galvão Júnior e de Teresa Maria José, segundo José Augusto Bezerra de Medeiros, se deu o início da família Bezerra do Seridó. Jayme da Nóbrega Santa Rosa, citado por Olavo de Medeiros Filho, assim descreve o casamento de Ciprianinho: “um fazendeiro que fez retirada de gado foi o capitão-mor Cipriano Lopes Galvão, do Totoró. Mandou seu rebanho para os campos de Jacaracica, na serra do Doutor. E encarregou seu filho Cipriano Júnior de tomar conta da manada. Lá o filho do capitão-mor conheceu a jovem Teresa Maria José, filha do pequeno fazendeiro José Bezerra de Menezes, da qual se enamorou”.
Dizem que Dona Adriana era uma mulher ativa, vaidosa, ardilosa nos negócios. Faleceu aos 19 de março de 1793, aparentando setenta anos de idade, sendo sepultada em Acari, na então Igreja de Nossa Senhora da Guia
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Fernando Antonio Bezerra é escritor, advogado e colaborador do Bar de Ferreirinha.

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