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terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Meus beija-flores

Ivar Hartmann

Os noticiários das televisões mostraram um estudo realizado no exterior a respeito de qualidade de vida. Sob uma ótica nova: a pessoa que convive com o verde, com a natureza, com os pássaros, tem melhor saúde mental que a confinada em um apartamento da cidade, por melhor que ele seja. O resultado não surpreendeu, mas a comprovação de que vivem melhor, auxilia na luta dos profissionais da saúde para que ninguém fique em casa, no ócio e nos prazeres da bebida, da mesa e da televisão. Tem um ditadinho velho como a morte: quanto menos se faz, menos se quer fazer. E outro: quanto mais se dorme, mais se quer dormir. Todos conhecem, não? Bem, pelo livre arbítrio, cada um faz o que quer com sua vida. Quero morrer cedo: cansei de viver. Quero morrer tarde: a vida é uma beleza. Tem outro estudo que diz que um pacote de cigarro fumado, significa um dia e meio de vida a menos. Mas, e eu com isso? Um dia e meio é nada em 80 anos, não é? O problema é: chego lá?
Minha lembrança mais antiga de passarinhos foi quando piá do centro de Porto Alegre, minha mãe me levou para Arvorezinha, pequeno município gaúcho, visitar parentes. Um, o Theobaldo, tinha uma porção de filhas e um aviário de pássaros, ou seja, uma gaiola enorme para os pássaros voar. E o melhor: se podia entrar. Para mim, guri de cidade, foi a glória que nunca esqueci. Agora tenho um bebedouro grande de beija-flores no meu gabinete. Não na janela, mas na minha mesa. E, enquanto escrevo esta, beija-flores e pequenas cambacicas de peito amarelo, voam ao redor, entrando e saindo pela janela. Tão educadas que só fazem cocô lá fora. Para começar, experimente um bebedouro pequeno: água com duas colheres de açúcar cristal. Molhe a base e logo eles vêm. Mais saúde entrando pela janela.

ivar4hartmann@gmail.com

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