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terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

Jair Messias Bolsonaro

Ivar Hartmann

Durante a sangrenta Guerra Civil Espanhola, uma cidade, Madrid, em mãos dos legalistas, ou, se quiserem dos esquerdistas, resistiu bravamente de 1936 a 1939 ao cerco dos revoltosos golpistas de Francisco Franco. Como a resistência legal se prolongava, os combates eram inúmeros, com mortos, feridos e destruição das propriedades. Os madrilhenos favoráveis a Franco ajudavam-no espionando e fazendo propaganda subversiva. Criou-se então o termo “quinta coluna”, isto é, infiltrados no poder ajudando o bando contrário.  Desculpem-me os leitores da direita, mas quando escrevo, busco continuar sendo uma voz de centro, equidistante das facções que militam dos dois lados do pensamento e são nubladas pela montanha da verdade. Como os da esquerda e da direita se acham donos da verdade esquecem que todo exagero é falho. Para o país, para os governantes, para si e seus interlocutores. Voltemos aos da direita. Se Jair se considerasse um Messias, assinaria Messias Bolsonaro. Como escolheu entre seus dois prenomes assinar Jair Bolsonaro, dá a entender que se considera um ser humano normal, com erros e acertos, com defeitos e virtudes.
Então manda um recado claro para a direita: criticá-lo não significa ser seu inimigo ou adversário, nem fazer parte de uma quinta coluna se contraditá-lo. É esta conduta de que tudo está certo que leva os governantes, sempre e em todos os países, a se perderem na irrealidade dos salamaleques, aplausos e do puxa-saquismo, este sim um grande “quinta coluna” que corroe os alicerces do poder. Principalmente quando os aplausos significam contratos ou verbas milionárias das quais, parte, é desviada e repartida, como no tempo do Lula e da Dilma. E, Jair: fale menos e pense antes de conversar com imprensa.

ivar4hartmann@gmail.com

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