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terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Dinheiro é qualidade de vida?

Ivar Hartmann

Não faz muito tempo que o empresário escondia que iria tirar férias porque parecia indecoroso. E que o empregado vendia suas férias porque eram desnecessárias. Aos poucos, graças aos usos e costumes de países mais adiantados, os brasileiros começaram a sentir que férias, longe de ser um direito, é um dever. Graças á elas a mente e o corpo humano desaceleram e mudam o enfoque das atividades diárias o que resulta, ao longo dos anos, em vida mais saudável e mente mais aberta. Agora, considerando os avanços da medicina e a longevidade das pessoas, novas teorias são discutidas sobre a forma como vivemos. O que é viver bem? Buscar mais ganhos financeiros ou aproveitar nosso tempo em lazer? Depois de garantir o necessário para viver como queremos, mais tempo para o ócio, ou continuar trabalhando? Para muitos aproveitar a vida é usar todo tempo possível para ganhar mais. Para outros, aproveitar a vida significa desfrutá-la longe de qualquer trabalho. Tem uma frase antiga que diz: leva-se da vida a vida que a gente leva.
Então é levar a vida da forma que gostamos no tempo que temos sobre a terra. Há muitos anos, em véspera de aposentadoria, tinha duas claras opções: abrir um escritório de advocacia, a exemplo de tantos outros promotores e juízes, o que me daria um bom aporte financeiro. Ou, ao contrário, contentar-me com meus vencimentos e viver de acordo com eles. As coisas materiais básicas da vida moderna eu tinha: salário, casa e automóvel. Era um tempo em que o dólar valia menos que o real. Viajar era fácil e barato. Foi o que fiz. Não conheci, mas andei por exatos 60 países. De Abu Simbal no Egito á Islândia. De Machu Pichu a Petra viajei. Até hoje nunca me arrependi. Menos dinheiro me deu uma vida melhor.

ivar4hartmann@gmail.com

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