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terça-feira, 15 de maio de 2018

O Maquiavel caboclo

Ivar Hartmann

Quando na primeira eleição da Dilma eu votei nela, éramos milhões de eleitores seduzidos pela extraordinária gerente que receberíamos. O melhor quadro administrativo do país e do PT apregoavam seus chefes. Hoje aparecem poucos daqueles antigos eleitores. A continuar assim, logo serão apenas ela e eu. Todos os demais votaram na oposição. Não poderia ser de outra forma ou tantos teriam de dar a mão à palmatória. Não é por sua forma cilíndrica que Dilma é considerada hoje a maior toupeira nacional. Suas entrevistas catalogadas renderam um livro de fino humor e o YouTube está repleto de suas citações. Fossem elas obscuras como a economia, nenhum reparo, ela é economista. Há tempo, quando se passou a prestar mais atenção ao que dizia, ela reflete o esoterismo na nossa política. Algo novo. Tão novo que só lendo sua definição para o leitor poder concordar: esoterismo é o estudo ou a prática de supostas artes divinatórias e de fenômenos que parecem não poder ser explicados pelas leis naturais, como, por exemplo, a astrologia, a quiromancia, a magia, a telepatia e a levitação. É a Dilma falando ou não é?
Resta saber como ela surgiu no céu da pátria. E aqui entra o Luís Inácio de apodo Lula. O Maquiavel caboclo, porque se goste ou não dele, o homem é inteligente. E foi ele que pariu Dilma. E porque uma toupeira deveria ser promovida por um homem inteligente? Pensem. Levei meses matutando sobre isso. A ideia ia e vinha. De repente estalou a luz da obviedade, quando os inquéritos da Lava Jato começaram a se avolumar, levando de roldão centenas de figurões ligados ao antigo esquema. Eram tantas as fontes de renda. Tão vultosos os valores envolvidos, tantas dezenas de cargos públicos corrompidos, que a engrenagem só poderia funcionar se apenas uma cabeça pensasse. Se apenas uma cabeça estivesse acima da dúvida dos mortais brasileiros. Lula inventou Dilma para seu uso. Lula pariu Dilma para si e os seus. Esta sombra obediente e burra é que seria necessária para que as grandes empresas nacionais da construção civil continuassem roubando e financiando partidos e políticos. Dando esmolas a miseráveis. Para ela ter o voto e o apoio popular necessitava ser reconstruída e Lula e sequazes se encarregaram de difundi-la como uma técnica maravilhosa, competente, patriota, guerrilheira corajosa. O poder da propaganda enganosa! Onde nos enfiamos!


ivar4hartmann@gmail.com

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