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terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Simplicidade

Marcelo Bulgarelli

Quando eu tinha 14 anos, esperava ter uma namorada algum dia.
Quando eu tinha 16 anos tive uma namorada, mas não tinha paixão. Então
percebi que precisava de uma mulher apaixonada, com vontade de viver.
Na faculdade saí com uma mulher apaixonada, mas era emocional demais.
Tudo era terrível, era a rainha dos problemas, chorava o tempo todo e
ameaçava suicidar-se. Então percebi que precisava uma mulher estável.
Quando tinha 25 encontrei uma mulher bem estável, mas chata. Era
totalmente previsível e nada a excitava. A vida tornou-se tão
monótona, que decidi que precisava de uma mulher mais excitante.
Aos 28 encontrei uma mulher excitante, mas não consegui acompanhá-la.
Ela ia de um lado para o outro sem se deter em lugar nenhum. Fazia
coisas impetuosas, que me fez sentir tão miserável como feliz. No
começo foi divertido e eletrizante, mas sem futuro. Então decidi
buscar uma mulher com alguma ambição.
Quando cheguei nos 35, encontrei uma mulher inteligente, ambiciosa e
com os pés no chão. Decidi casar-me com ela. Era tão ambiciosa que
pediu o divórcio e ficou com tudo o que eu tinha.
Hoje, com mais de 50 anos, gosto de mulheres com bunda grande.
E é só.
Nada como a simplicidade!


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