Páginas

terça-feira, 4 de julho de 2017

Autocrítica, dom divino

Ivar Hartmann

Como estamos no país do futebol, quero usar o esporte do Pelé como exemplo. Autocritica é a capacidade que tem alguém de criticar a si mesmo. Fácil? Não, difícil! Vamos partir de que sou o melhor amigo de mim mesmo. Então, se tivermos esta capacidade de nos autocriticar, em maior ou menor grau, estamos aptos para sermos melhores com amigos, evoluir em nossas relações de trabalho, desenvolver mais nossas capacidades intelectuais. Um exemplo para mostrar a importância da autocrítica para nós. O Grêmio Futebol de Porto Alegre era um time médio. Vitórias, derrotas, alguns campeonatos nacionais. Equipe razoável como tantas outras. Isso começou a mudar a partir do atual presidente, um gringo sério e pão duro, do técnico, herói gremista, e do técnico anterior. A equipe então passou a evoluir, mês a mês. Agora é uma equipe de ponta do futebol nacional, disputando três campeonatos ao mesmo tempo, com ótimas classificações. Com um futebol vistoso de jogadores talentosos e dispostos a fazer nome. Que treinam e criaram o espírito de equipe. O que requer muita autocrítica, porque nem todas as partidas são ganhas, nem todo dia entra-se em campo com a mesma competência ou disposição. Lá atrás, quando era uma equipe média, o atual goleiro era um bom goleiro. A equipe evoluiu, mas seu goleiro não. Basta alguém da defesa errar e o arco fica a perigo. E levar um “frango” é natural. Há algumas semanas ele defendeu uma bola e caiu com ela dentro da goleira. A televisão mostrou nitidamente seu erro inicial de posicionamento e quando ele caia para dentro da meta e depois procurava voltar. Gol sem qualquer dúvida. O goleiro foi entrevistado sobre o lance. Mesmo com a televisão registrando seu erro afirmou: “Na minha opinião não foi gol!” Está aí o exemplo típico de quem não tem senso de autocrítica , e portanto, não quer melhorar. Uma pessoa capaz de tentar justificar o injustificável é incapaz de crescer. Pela forma de julgar suas ações e falta de senso para buscar melhorar, é prejudicial para o trabalho de sua equipe. Não é possível a um jogador, de qualquer modalidade esportiva, ou a um cidadão, trabalhando em qualquer atividade profissional, melhorar sua vida e sua autoestima, quando é incapaz de fazer um julgamento crítico, pessoal, sereno, de seus atos e a luz deles, melhor seu comportamento ou sua atuação, em qualquer ramo de atividade.
ivar4hartmann@gmail.com

Um comentário:

  1. O articulista deve ser colorado. O "time medio" foi campeao mundial, 2 vezes campeao da libertadores, duas vezes campeao brasileiro e 5 vezes campeao da Copa do Brasil.

    ResponderExcluir