Páginas

terça-feira, 9 de julho de 2019

Uma tese sobre a vida e a morte

Ivar Hartmann

A morte de um ente querido, pais, filhos, parentes, amigos, traz tristeza e dor aos que o pranteiam. É da índole humana. É como mitigamos a mágoa com a esperança de outro amanhã para quem partiu. Nos últimos séculos, com o aumento geométrico do conhecimento humano, mais e mais cientistas põem em dúvida um ensinamento básico da religião cristã: a certeza de outra vida depois da morte. Questão fundamental na pregação de Cristo e exemplificada pela ressurreição de Lázaro. Se os sábios não conseguem, no entanto, elementos seguros para suas teses, os cristãos, por outro lado, não tem provas insofismáveis desta outra vida. No tocante aos consanguíneos, isto é, os indivíduos que tenham ao menos um ancestral em comum, proponho uma tese para a morte.
Gene é a unidade fundamental da hereditariedade. É através dele que os filhos tem características de seus pais. Por gerações e gerações, em razão dos genes, há semelhanças entre ascendentes e descendentes. É o material genético que se transfere entre pessoas de mesmo sangue. A geração parental morta deixou inoculada na geração filial que continua viva, seus caracteres genéticos. Se as características de um morto continuam se refletindo nos seus parentes vivos, podemos dizer que ele perdeu a vida, mas não se extinguiu? Porque continua vivo, através de seus genes, nos seres de sua cadeia consanguínea. Mais ainda, entre pais e filhos, pois a hereditariedade individual (conjunto de agentes genéticos que atuam sobre os traços e características próprias do indivíduo) faz com que os filhos tenham características de seus pais. Se seus genes não desaparecem com o morto, então teremos que concluir que quando uma vida humana finda, ela não desaparece como tudo que é finito. Fica representada por seus descendentes e seu corpo que não responde mais aos sinais vitais, fica vivo nos que dele descendem. É uma tese que, pelo interesse na vida, deveria ser melhor aprofundada.
ivar4hartmann@gmail.com

Nenhum comentário:

Postar um comentário