Paraíbas, com muito orgulho
Na esteira de um incidente recente, quando muito se falou de nordestino como sendo um “paraíba”, com um estrito cunho pejorativo, afirmo que em mim, particularmente, nunca residiu nenhum resquício de complexo de “vira-lata” por ser chamado de “cearense”, “baiano”, “cabeça chata” ou “paraíba”.
Eu sou um paraíba, com muito orgulho, mas, acima de tudo, sou um nordestino brasileiro, nascido e criado nos sertões do Seridó, quites com o Serviço Militar e em paz com Deus e com os homens.
No entanto, com o único intuito de dar minha contribuição à celeuma e ilustrar o fato atual, conto a historieta abaixo como mais uma “diarreia mental” deste país, que está se tornando muito chato, e onde tudo se avoluma e forma um tumulto de âmbito nacional.
Há muitos anos, uma grande fazenda de café de uma rica região agrícola de São Paulo recebeu uma grande leva de nordestinos. Depois de devidamente instalados, um deles procurou um estabelecimento comercial local para adquirir um penico.
De uma maneira discreta pediu ao proprietário da loja:
– Uma gostaria de adquirir um urinol!
O dono da loja, percebendo o seu sotaque nordestino e querendo posar de engraçado, disse:
– Aqui em São Paulo, nós chamamos urinol de “paraíba”!
Nosso conterrâneo, sem perder o prumo, respondeu:
– Pois o senhor me venda um “paraíba” que eu quero encher de “paulistas”!
Ciduca Barros é escritor e colaborador do Bar de Ferreirinha
Tem outro termo que o carioca chama o nordestino que é ARATACA.
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