Politicagem
O Brasil já foi o país do futebol. Não sabemos se ainda é, pois de há muito não ganhamos um campeonato mundial.
Não sabemos se o Brasil ainda é o país do carnaval, apesar dos maus políticos fazerem um verdadeiro “carnaval” no erário público.
Dizíamos que Deus era brasileiro, o que, atualmente, duvidamos em razão de tanta desgraça e violência gratuitas.
Negativamente, muitos diziam que o brasileiro tinha complexo de vira-lata, o que achamos improvável pois nenhum animal é tão fiel e amigo do homem quanto o cachorro.
Todavia, tudo isto é um passado que talvez os anos se encarregaram de obscurecer. Os novos tempos nos trouxeram a tecnologia mediática e com ela chegaram as redes sociais da atualidade. Hoje, quase todos os brasileiros têm acesso à mídia. Ótimo!
Hoje quase todos os brasileiros são cônscios dos seus deveres e direitos constitucionais. Ótimo, também!
No entanto, na contramão do bom senso e da cidadania, os brasileiros cismaram que são pessoas politizadas, daí o que vem na sua cabeça nossos conterrâneos cismam de postar nas redes sociais e, para nosso pasmo, passam a fazer de suas afirmações uma bandeira de verdade ou um axioma a ser seguido.
Ninguém parece mais dissertar sobre amor, futebol, sexo, carinho, doçura, entretenimento, saudade e outros temas amenos e suportáveis. O assunto é sempre política nacional e suas mentiras ambivalentes. Todos se acham versados em ciência política e despejam suas “diarreias mentais” como se o nosso país ainda estivesse em plena campanha política.
Alguém joga seus bons adjetivos louvando determinada figura política e o outro contesta veementemente com os péssimos vocábulos do dicionário da Língua Portuguesa.
Um eleitor, com o único objetivo de denegrir a imagem, assaca uma inverdade sobre um determinado homem público, o que é fortemente contestado por alguém da corrente do injuriado.
Um determinado lado, arrotando entender de Leis, apregoa que seus simpatizantes aprisionados deverão ser soltos.
O outro lado, apregoando entender muito mais de Leis, diz que as penas daqueles condenados foram brandas.
Todos, alguns até semialfabetizados, passaram a entender de Direito Penal e outros Códigos.
Adeptos de uma determinada bandeira dizem que os filhos de um político mandam no país.
Os adeptos de outra bandeira dizem que os filhos de outro político roubavam!
Metem o pau no Poder Judiciário!
Metem o cacete no Poder Executivo!
Metem o malho no Poder Legislativo!
Quando nós dizemos “metem o pau, o cacete ou o malho”, significa dizer que as palavras são recheadas de termos apelativos e, consequentemente, desrespeitosas.
E as manifestações coletivas nos logradouros públicos das cidades brasileiras? Tumultuam o trânsito, causam congestionamentos e impedem os outros brasileiros de chegarem ao seu destino.
O lado A, fechou as ruas: os estudantes não chegaram às escolas.
O lado B, fechou as avenidas: os trabalhadores não chegaram ao trabalho.
É uma zorra bilateral que inferniza a vida de muitos que fizeram apenas votar.
O que nos chama a atenção é que, muitas daquelas pessoas que trocam impropérios pelas redes sociais, fazendo de nossos ouvidos um verdadeiro receptáculo de verborragias, são cidadãos (ou cidadãs) que, se tiverem oportunidade, estacionam seu veículos em local inadequado, cortam filas, sonegam impostos, ou seja não são totalmente éticas.
Gente! A porra da campanha política já passou!
Nós, brasileiros, estamos tornando nosso país muito chato!
(Meu recado direto às pessoas chatas que, sem assunto, ficam enchendo o saco das demais postando “diarreias mentais políticas” nas redes sociais, demonstrando, cabalmente, a sua pequenez de espírito).
Ciduca Barros é escritor e colaborador do Bar de Ferreirinha
Tudo que foi dito está perfeitamente correto, exceto quanto à sonegação de impostos que deve ser encarada como um ato de protesto contra a carga escorchante que é cobrada dos brasileitos, e em troca não recebem os serviços condizentes com o que é pago.
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