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domingo, 21 de julho de 2019

Saudades dos pelos pubianos


Ciduca Barros

Um velho fazendeiro lá dos nossos mais profundos sertões ficou viúvo, mas, passados alguns anos, não suportando a solidão, voltou a casar – desta feita, com uma mulher bem mais nova do que ele.
Tempos depois, ele vivendo aquela maravilha de curtir um corpo jovem, teve que viajar para a capital do estado a fim de resolver alguns negócios comerciais. 
À noite, após resolvidos seus compromissos, já no quarto do hotel para um sono reparador, nada do velho conciliar o sono. 
Depois de muito rolar na cama, resolveu ligar para a portaria do hotel e pedir a presença do gerente.
Foi atendido prontamente e explicou:
–  Seu gerente! Preciso de um remédio. Ainda não preguei os olhos!
– O senhor está doente? O senhor está sentindo alguma coisa? – perguntou o gerente, preocupado com o hóspede.
– Não! Nada de doença! Estou sentindo falta de um costume...
– De um costume?
– Sim. Do costume de dormir com a mão em cima “daquilo” da minha mulher!
Já demonstrando uma certa descontração, o gerente explicou:
– Senhor! Infelizmente, esse seu problema o hotel não pode resolver. 
Daí o velho, ainda com aquele desespero que o sufocava, olhando para os lados com medo de ser ouvido por quem não devia, falou baixinho:
– Nesse caso, me arranje uma escova de passar em roupa! 
E ainda especificou:
– De preferência, uma daquelas grandes e com os pelos bem-macios!

Escritor e colaborador do Bar de Ferreirinha

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