Condição sine qua non
Nos últimos anos, estamos observando que o poder central do Brasil, não importando quem esteja sentado na cadeira presidencial, vem impingindo ao seu incauto povo uma bandeira salvadora, que, posteriormente, constatamos ser um verdadeiro fiasco.
Vejamos, apenas os casos mais recentes.
Tivemos um presidente que, sobejamente sabendo que não poderia melhorar as condições dos salários dos trabalhadores, como um desvio de atenção das massas trabalhadoras, ele nominou as pessoas mais aquinhoadas de “marajás”, empreendendo uma campanha mesquinha contra esses. Então, o que assistimos: pessoas simples, compraram aquela ideia idiota e esqueceram de fiscalizar o resto. Resultado? O “hómi” foi defenestrado do poder por excesso de merdas realizadas.
Posteriormente, fomos assolados por um presidente neoliberalista. Com a uma fala mansa, literato e culto, teve o seu mérito quando implantou uma reforma monetária que estabilizou a louca inflação com a qual lutava o povo brasileiro. Bravo e palmas pare o seu governo. No entanto, “caiu de pau” nas empresas estatais brasileiras, privatizando muito delas e, aos funcionários daquelas que restaram, adotou uma criminosa forma de amenizar o rombo em seus orçamentos domésticos: abono salarial. Foram 8 (oito) anos de abonos salariais, que, infelizmente, aqueles funcionários não puderam levar para a sua aposentadoria. Resultado: criou uma geração de aposentados com salários deficientes e injustos.
Depois, tivemos “o pai dos pobres”. Um trabalhador igual a milhões de brasileiros. Para seus iguais foi transmitido que passariam a comer melhor. Saturou a mídia nacional de publicidade cara e bonita, o povão, mesmo com a barriga “roncando”, acreditou. E então? O Brasil está com milhões de desempregados e o “pai dos pobres” preso sob a acusação de que misturou o dinheiro dele com o do erário público.
Daí chegou “a mãe dos pobres” – uma criação do “pai dos pobres” – trazendo o mesmo DNA da enganação e do engodo demagógico, acrescidos de muita incompetência. Ela pregou a bandeira do Pré-Sal. Segundo a sua publicidade enganosa, o Brasil entraria numa grande prosperidade, graças aos bilhões de galões de petróleo que a PETROBRÁS faria jorrar do solo brasileiro.
Cadê os bilhões do Pré-sal?
Cadê a combalida PETROBRÁS?
Cadê a incompetente “mãe dos pobres”?
Entramos no ano da graça de 2019. Eis que, agora, democraticamente eleito, chegou a “salvação da lavoura”. Um novo presidente que promete resolver todos os centenários problemas da nação, desde que...
Observem a condição sine qua non! Os cruciantes problemas sociais brasileiros só poderão ser, definitivamente, solucionados, se o Congresso Nacional aprovar uma Reforma Previdenciária que, fatalmente, sobrará para as cansadas costelas do trabalhador brasileiro, que pagará mais uma conta que nunca foi sua.
Entenderam?
Segundo os técnicos do novo governo salvador da pátria, a Reforma Previdência, se aprovada, irá economizar trilhões de reais (não me perguntem como eles chegaram a essa estratosférica cifra). Consequentemente, os trilhões de reais economizados serão carreados para sanar os cabeludos problemas sociais do Brasil.
Tudo isto, desde que...
Ciduca Barros é escritor e colaborador do Bar de Ferreirinha
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