Ciduca Barros
Epifânio Barbosa era boiadeiro em Açu (RN).
Iletrado e rude, era conhecido por muitos criadores de gado em vasta região do Rio Grande do Norte e amigo de vários políticos daquela época, entre eles, Dix-Huit Rosado (Senador), José Arnaud (Deputado Estadual) e Dinarte de Medeiros Mariz (Governador).
Certa feita, foi levado por um dos seus amigos importantes para assistir a uma apresentação de um casal de bailarinos franceses, na sede do América F. C. (quando este clube funcionava na Rua Maxaranguape, em Natal).
Durante a apresentação, a bailarina subiu aos ombros do seu par e rodopiou, mostrando do pé até o umbigo.
Epifânio Barbosa não aguentou e gritou:
– Oba! Relampeou pra cima!
Noutra ocasião, num elegante baile na cidade de Caicó, como convidado de nosso conterrâneo Dinarte de Medeiros Mariz, Epifânio reclamou que ainda não havia dançado.
Dinarte Mariz se propôs a convidar uma dama para ele e quis, antes, saber qual seria a sua predileta.
Ele a indicou:
– Eu quero aquela “novia”(1) de moça, que está com a “cia”(2) nos “vazios”(3)!
Tradução do autor
(1) “novia” é a corruptela de novilha;
(2) “cia” é a corruptela de cilha: tira de pano ou de couro que se aperta a sela, ou a carga, por baixo do ventre das cavalgaduras, e
(3) “vazios” são as ilhargas das cavalgaduras.
Escritor e colaborador do Bar de Ferreirinha
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