Ciduca Barros
Todos nós conhecemos alguém que é viciado em algo. Talvez até nós mesmos sejamos viciados em alguma coisa.
Você fuma, caro leitor? Caso positivo, aí está o seu vício (e o de muita gente).
Eu tenho um amigo que costuma dizer que existem vícios “positivos” e negativos.
Em contrapartida, temos aquele ditado que diz: “tudo demais é veneno”.
Numa cidade do nosso Seridó existe um cidadão que é viciado em cavalos.
Ele tem uma propriedade rural lá no seu município, tem uma criação desses animais e é, literalmente, viciado em equinos.
Ele só fala em cavalos.
Ele respira cavalos.
Ele só pensa em cavalos.
Ele é apaixonado por cavalos.
O assunto dele é simplesmente: cavalo.
Ele mete cavalos em tudo que diz.
Se estiver numa roda de amigos e se alguém comentar:
– Eu estou com uma afta que está me incomodando.
Ele aproveita o ensejo e desfecha:
– Eu tenho um cavalo que também está com um problema na boca.
Certa feita, um grupo de amigos papeava na praça da cidade (entre eles o viciado em cavalos) quando alguém fez o seguinte comentário:
– Minha mulher agora entendeu de querer mandar em mim!
Era a deixa que o fissurado em equinos queria para entrar com o seu assunto predileto:
– Eu tenho 30 anos de casado e de quando em quando a minha mulher cisma de botar uma “sela” em mim. Parece que ela quer me “montar”.
E continuou equestremente:
– Então quando ela se prepara para me botar os “arreios” e o “loro”, eu murcho as orelhas e lhe dou uns “coices”.
Escritor e colaborador do Bar de Ferreirinha
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