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terça-feira, 10 de julho de 2018

Refugiados, sim ou não?

Ivar Hartmann

A grande questão hoje, na Europa, é o que fazer com os refugiados africanos que, aos milhares, semanalmente, por embarcações tão pequenas quanto perigosas, tentam chegar às costas europeias. Percebe-se quem os transporta, como os haitianos ao Brasil ou latinos para os Estados Unidos. São pequenos empresários que fazem deste transporte um meio de ganhar dinheiro à custa muitas vezes da vida e sempre da miséria humana. No caso dos africanos, os que chegam à Europa Ocidental, somam-se aos que fogem das guerras do Oriente. Como são milhões de pessoas os interessados, é um comércio altamente lucrativo que gira em torno da miséria de uns e da piedade de outros. Como muitos governantes se apercebem que não há fim para este fluxo, tomam medidas que, mesmo sendo antipáticas, são aceitas por seus concidadãos e ferem as vontades de outros governantes, todos unidos pelo Mercado Comum Europeu. A Suécia mantem suas fronteiras fechadas. Os novos governos da Áustria e República Tcheca estão adotando o mesmo proceder. Um Ministro italiano, país a beira Mediterrânea e uma das portas preferidas de entrada dos africanos, resolveu endurecer e não aceitar mais refugiados.
A questão econômica maior são as previsões de como serão as populações dos países europeus em 2080 face ao envelhecimento de seus cidadãos e as necessidades de manter os países a funcionar e a aposentadora. Portugal estuda uma solução via aumentar a natalidade de seus nacionais. Um ano de licença prêmio às mães, dez mil euros de bonificação por filho. Outros vão em sentido contrário: aceitar os refugiados que aumentam suas populações e o número de trabalhadores. Nos dois casos, visando o futuro nacional. Quem está fugindo da pobre África não são os miseráveis: estes não tem dinheiro para as despesas de viagem. Os estudos dizem que os homens que fogem tem instrução, muitas vezes secundária ou superior. Ficam os que não sabem produzir e vão-se embora os necessários. E aumenta o círculo vicioso: mais pobreza da população, mais corrupção dos governantes. Fome, surto de doenças julgadas extintas. Que tem o Brasil com isso? Tudo. A Europa e os Estados Unidos vão se proteger cada vez mais, e, como nestes dias já ficou claro, pela medida tomada pela zona do Mercado Comum Europeu, também para os brasileiros  será mais difícil se locomover pelo mundo, buscando um  futuro melhor.


ivar4hartmann@gmail.com

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