Ciduca Barros
O Sr. Antônio Carnaúba é um sertanejo daqueles já passados na casca do alho, nascido e criado na área rural de um distante município do Seridó.
Ele é um homem iletrado, septuagenário, mas, em consequência da sua atividade no campo, ainda tem o corpo rijo e forte.
Entretanto, certo dia teve um sério problema urológico (a sua próstata crescida estava dificultando a sua micção) e foi para uma consulta na capital do estado.
A sua esposa, D. Altiva Carnaúba, o acompanhou à clínica médica.
Na hora do seu atendimento, ele entrou para a sala do médico e D. Altiva, uma seridoense que adora um bate-papo, já tinha engatado uma boa conversa com outras pessoas, permaneceu na antessala.
O urologista, logicamente, começou a lhe fazer aquelas perguntas rotineiras para começar a formar o seu diagnóstico.
E entre outras, ele lhe perguntou:
– Seu Antônio, o senhor tem ejaculação?
Puxa, e agora? Quem disse que o velho Antônio Carnaúba sabia o que diabo era “ejaculação”? Pensou.
Pediu ao médico para repetir a pergunta. Meditou de novo. Pigarreou. Pediu licença, se levantou e foi perguntar a sua consorte.
Abriu a porta do consultório e de lá mesmo gritou para a sua mulher:
– Altiva! Eu tenho ejaculação?
Caramba, e agora? Esta seria pergunta para se fazer em voz alta?
A clínica inteira (pacientes, acompanhantes e atendentes) parou para ouvir a resposta daquela pergunta tão íntima.
– Tem não, meu velho! Você tem UNIMED – foi a resposta, gritada de volta.
Escritor e colaborador do Bar de Ferreirinha
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