Ivar Hartmann
Na eleição para presidente, o norte da propaganda dos candidatos apontava que o lado de Haddad era dos ladrões e o lado de Bolsonaro dos antidemocráticos, amigos de uma ditadura. A virulência dos ataques recíprocos pelas redes sociais levaria um incauto a acreditar e votar em um deles. Pura propaganda. Se quiserem, propaganda enganosa. Fui professor de história. Os livros-texto quando falavam da Guerra Civil Espanhola, batiam muito no episódio do bombardeio alemão pela Legião Condor, força aérea emprestada aos nacionalistas contra os republicanos na Espanha. O alvo a pequena cidade de Guernica, no País Basco, entre Bilbao e o mar. Textos e fotos difundidos pelos americanos, durante a Segunda Guerra, falavam dos prédios destruídos em 1937 pelas bombas e das centenas de mortos pelo ataque de surpresa, pela barbárie alemã. O quadro “Guernica” de Pablo Picasso, exposto hoje em Madri, é uma das telas mais famosas do século XX e trouxe fama mundial ao seu autor. Aproveitei que estava em Bilbao e fui até a cidade.
Os mapas da cidade distribuídos pelo turismo local mostram a área bombardeada: uns vinte quarteirões. A funcionária fala dos mortos: mais de cem, menos de duzentos. Em um abrigo subterrâneo mostram exemplares dos milhares de papéis largados na cidade por via área nos dias anteriores, em que o General Mola, chefe nacionalista da área, informava à população que se a cidade não se rendesse seria bombardeada. Então, por anos, levei uma ideia firme a qual fui induzido pela propaganda. Mais tarde os nazistas alemães e os comunistas russos atacaram a Polônia de surpresa. Os polacos foram massacrados em suas cidades por bombardeios sem aviso e conduta selvagem dos exércitos alemães e russos após a conquista. O país foi dividido entre eles. Depois vieram os bombardeios aliados destruindo as cidades alemãs, matando civis aos milhares. Disso pouco se fala. O vencedor difunde o que convém. Os candidatos também...
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