Desmistificando o vibrador
Nenhum objeto está sujeito a tantas historietas, polêmicas, vetos, tabus, piadas e anedotas do que o famoso e utilíssimo vibrador feminino. Lembro-me bem de que, lá na nossa terra, quando o povo suspeitava de que alguma mulher possuía um vibrador, logo era vítima de zombarias.
Diziam as más línguas, entre risos e chacotas:
– A viúva Fulana de Tal tem um “maranhão”!
Aliás, nunca consegui descobrir porque antigamente o vibrador feminino era chamado de “maranhão”. O que diabos o estado nordestino tem com o consolo? Atualmente, os nomes dados são mais carinhosos, tipo: brinquedinho, consolo, amiguinho, tremidinho, tremidão, vai-e-vem, etc.
Primeiramente, um pouco de história.
Segundo eu li no Wikipédia, um dos primeiros vibradores que se tem notícia foi chamado de “Tremoussoir” e foi inventado na França, em 1734, portanto o “bichinho” é velhinho. Com o passar dos anos, em 1869, o médico americano George Taylor, criou um vibrador movido a vapor, que apesar da sua estranheza foi, inicialmente, usado para aqueles (e aquelas) que sofriam de fadigas das mãos e pulsos, mas deduzimos que, logo, ele desceu e começou a dar prazeres íntimos. Estava criado o consolo que se movia.
Por volta de 1880, o médico Dr. Joseph Mortimer Granville, patenteou um vibrador eletromecânico. Que bom para as mulheres daquela época, pois o “bicho” se mexia e não tinha o calor daqueles movidos a vapor. Que progresso gostoso!
Em 1902, a empresa americana Hamilton Beach patenteou o primeiro vibrador elétrico e tornou o “consolo” como o quinto aparelho doméstico eletrificado (depois da máquina de costura, da chaleira e da torradeira) e bem antes do aspirador de pó e do ferro elétrico.
Em seguida, dando curso a história do “maranhão”, chegamos à revolução sexual da década de 1960, quando o vibrador sem fio foi patenteado em 26 de março de 1968 e, na euforia que se seguiu, sugiram também as melhorias daqueles multivelocidade e construção de uma peça que o tornou mais barato e mais fácil de limpar.
Em 2013, finalmente os vibradores recarregáveis chegavam ao mercado e no seu bojo a redução do impacto ambiental com o descarte das baterias.
Ufa! Que história gostosa!
Estamos em pleno Século XXI, época em que muitos tabus foram desmitificados, entre eles a vergonha de usar um vibrador. Atualmente, é possível encontrá-lo para todos os gostos, de diferentes tamanhos e nas mais variadas cores e diâmetros. Hoje, a mulherada não precisa mais ficar constrangida ao entrar num “sexy shop” para adquirir o seu brinquedinho. Através da internet ela pode escolher o seu e recebê-lo em casa com muita segurança e sigilo.
E tem mais. Ele (o vibrador) entrou na vida sexual de muitos casais, pois na vida amorosa de parceiros homossexuais já está presente há muito tempo. Recentemente, assisti a uma entrevista de uma dama (atriz de teatro, escritora e teatróloga) em que ela disse que o seu “brinquedinho” atravessou seus três casamentos e, agora, ele também vai para a cama com o seu atual marido. Li também num determinado blog que os maridos são quem incentivam e até presenteiam as suas respectivas esposas com belos e vistosos, além de úteis, vibradores.
Portanto, amigos (e amiguinhas) o vibrador não é mais coisa de “sete cabeças” e sim de “uma cabeça só”.
Está totalmente democratizado entre as mulheres e homens modernos. Possuir (e usar) um bom, moderno e eficiente vibrador é coisa mais natural do mundo e, de há muito, deixou de ser um mito, um segredo, ou qualquer nome que se queira dar.
Como eu escrevi antes que o vibrador é motivo de muitas piadas e anedotas, peço licença para contar três delas.
1) Uma senhora de idade entrou num “sex shop” e informou à vendedora que gostaria de comprar um vibrador. A vendedora foi mostrando os diversos tipos à venda na loja e a compradora sempre dizendo:
– Eu quero um maior! Minha carência é grande!
O balcão já estava repleto de vibradores, descartados pela velhinha, quando ela olhou para um objeto enorme e vermelho que estava na parede da loja e pediu:
– Eu quero aquele!
A vendedora, contendo o riso, informou:
– Senhora! Aquilo é um extintor de incêndio!
2) Um pai, sem nenhuma intenção, entrou inopinadamente no quarto da sua filha e a encontrou usando deliciosamente um vibrador.
Ele ficou decepcionado.
Dias depois, a sua filha chegou em casa e encontrou o pai na cozinha, tomando uma cerveja com o vibrador dela em cima da mesa.
Muito admirada, a filha perguntou:
– O que o meu brinquedinho está fazendo aí?
E o velho, cinicamente, respondeu:
– Eu estou tomando uma cervejinha com o meu genro!
03) Uma colega desejava fazer uma brincadeira com uma amiga, por ocasião do seu aniversário.
Para isso, ela precisava comprar um pênis de borracha (o famoso consolo), mas, segundo ela, tinha vergonha de ir até um Sex Shop.
Pediu a outro colega, homem reconhecidamente solícito, para comprar, o que ele se propôs fazer, imediatamente.
Chegando na loja, o vendedor lhe perguntou qual o tipo: tamanho, fino, grosso, elétrico, manual, com ou sem vibrador e que cor.
E agora? Ele, imediatamente, pega o seu celular com o intuito de ligar para a colega.
Erroneamente, em vez de ligar para a amiga, liga para a sua própria esposa.
A mulher atende e ele manda bala:
– Mônica, qual é o tipo e tamanho do pênis que você prefere?
A sua ficha só caiu quando ele ouviu esta frase, gritada histericamente:
– O quêêê!!!!!!
Ciduca Barros é escritor e colaborador do Bar de Ferreirinha
Para a senhorinha do sex shop, põe carência nisso?
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