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domingo, 8 de julho de 2018

Tudo azul


Ciduca Barros

“Ora, Israel amava mais a José do que a todos os seus outros filhos, porque era filho da sua velhice”. (Gênesis 37:3)

Não existe um padrão ou regra bitolando a formação de um casal. 
Estamos em pleno Século XXI e, desde que não ofenda a lei ou a moral, parece que tudo é permitido. 
Cite-se, como exemplo, o que estamos vendo em nossa volta: a união de pessoas do mesmo sexo. 
Portanto, qual a razão de ficarmos estarrecidos quando encontramos um casal díspar?
Casais com grande diferença de idade é o que vemos a toda hora. 
Interesse financeiro? Escada social? 
Não nos compete saber o porquê. 
O que conta é que existem mulheres unidas com homens mais jovens e cidadãos com idade avançada casados com mulheres novíssimas. 
Nós temos um conterrâneo, aposentado e safenado, que já tem mais de setenta primaveras e que embarcou na onda desses novos tempos. 
Devidamente divorciado, casou com uma mulher que tem a idade de sua filha. 
Até aí, tudo normal. 
Certo dia, casualmente, encontramo-nos num shopping da cidade. 
Ele, muito ancho (como dizia a finada minha mãe), de braços dados com sua jovem esposa, empurrando um carrinho de bebê, com um recém-nascido. 
Posteriormente, conversando com seu genro, contei o fato. 
O genro me informou que a jovem casada com seu sogro deu à luz uma criança. 
Ele, mais uma vez, foi pai.
– E sabe como é o nome do seu rebento? – perguntou-me.
Como eu não sabia, ele me disse: 
– Chama-se Azulzinho! 
Segundo ele, o velho tomou tanto Viagra que o nenê nasceu azul. 
Acredito que o genro exagerou! 
Vi apenas dois lindos olhos azuis no garotinho.

Escritor e colaborador do Bar de Ferreirinha

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