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quarta-feira, 9 de maio de 2018

Explosão em Roma

Ivar Hartmann

Para nós, frutos da civilização romana, por nascimento e não por sobrenome, a Itália, Roma, os antigos romanos, a cultura que eles aprenderam dos gregos, faz parte de nosso dia a dia. A começar pela língua e pela religião da maioria de nós. Então aquela é uma terra que nos convida. Casualmente passei há poucos dias pela região onde explodiu agora um caminhão, sem ser atentado terrorista. Eles podem ocorrer. No entanto dificilmente os autores escaparão e muito provável que sejam impedidos antes. Não há prédio do governo, ponto de atração turística, rua mais frequentada que não esteja patrulhada pelo exército. Isso: não por policiais que também andam pelas ruas, mas sim por soldados armados para o combate. Então as pessoas andam despreocupadas. E como andam. E como tem pessoas. Uma das fontes de renda da prefeitura de Roma é cobrar sete euros por pessoa, por dia de permanência. Multipliquem isso pelos milhares de estrangeiros que circulam no diário. Aqui, o Brasil é devedor dos milhões de descendentes de italianos que chegaram como imigrantes e tornaram-se molas propulsoras do desenvolvimento nacional, nos campos e nas cidades.  
No sul, hoje, a Costa Amalfitana é moeda das agências de turismo. Amalfi, Positano, Ravelo, são alguns dos destinos das estradas cheias de curvas. Cidades encravadas entre altas montanhas e o mar. Mas ao lado, Sorriento, aquela da volta a Sorriento que Pavarotti eternizou, Pompéia, Vesúvio, Caserta e Cápua, para quem está por lá, são visitas obrigatórias a nossas raízes. Sem falar da cidade mais caótica da Europa: Napoli. Uma cidade grande como as da Índia, ao que contam. No trânsito, as regras existem para não serem obedecidas. Nas ruas, a sujeira se acumula nas ruas estreitas, enquanto nos prédios muito antigos e uniformes, a roupa pende a secar, de milhares de varais dispersos pelas sacadas. Uma cidade exemplar. De como não deve ser uma cidade. Itália, bela Itália, apesar do Berlusconi.

ivar4hartmann@gmail.com

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