Ciduca Barros
Nosso bravo povo sertanejo, em que pese a sua fibra moral e a sua ferrenha luta pela sobrevivência, e, talvez por sua falta de conhecimentos, ainda é muito simplório.
Atualmente, com o acesso à rede de informações a que todos fazemos uso, há menos ingenuidade em nossa gente, mas antes a coisa era bem pior.
E a história a seguir ocorreu no passado.
Uma devota, católica apostólica romana, moradora de uma pequena cidade dos nossos sertões, chegou para o vigário da sua paróquia e desfechou:
– Padre, “soltar ventos” (**) dentro da igreja é pecado?
O velho pároco, homem já passado na casca do alho, um latinista de sete costados, também sertanejo e, portanto, conhecedor do seu povo, desfechou de volta:
– Se não apagar as velas, D. Marieta, pode peidar à vontade.
(*) Segundo o Dicionário Aurélio, ventosidade é a saída de gases resultantes de flatulência.
(**) “Soltar ventos”, para o nordestino, significa peidar.
Escritor e colaborador do Bar de Ferreirinha
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