Páginas

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

'Procuro homem público honesto'


Carlos Linneu Torres Fernandes*

Vivas ao centenário de vida de Manoel Torres, nascido no sertão do Rio Grande do Norte.
Prefeito e deputado várias vezes.
Pertence a uma estirpe de homens públicos em extinção.
Uma espécie de político que já no tempo da Grécia clássica, Diógenes procurava com um lampião na mão.
'Procuro um homem público honesto", dizia.
Muitos atributos que fazem um bom homem público são lembrados.
Capacidade de gestão, sintonia com as aspirações dos representados, dedicação à coisa pública. 
Mas nenhuma é superior à honestidade, o respeito ao dinheiro que empresários e operários despejam nos cofres públicos para os investimentos coletivos. 
O bom gestor é dispensável.
Também o é a dedicação ao cargo.
Mas a honestidade, essa é indispensável.
Que nada construa para os representados, mas que mantenha intocável da fúria corruptiva o dinheiro que não lhe pertence. 
Prefeito de Caicó, Manoel Torres ligava o barulhento ar condicionado do gabinete somente nas audiências e o desligava em seguida.
Um dia, a geringonça pifou de vez, condenado ao silêncio eterno.
Era a desculpa que faltava para o prefeito não o acionar nunca mais.
Um obcecado pelo corte de despesa inútil.
Viajava sem receber diárias.
Como faz falta nestes tempos de mensalões, petrolões e outros que estão a caminho.
Era do antigo PSD mineiro, aquele que reverenciava dinheiro alheio.
O PSD de Walfredo Gurgel, Teodorico Bezerra e Lauro Arruda.
*Cidadão caicoense


Nenhum comentário:

Postar um comentário