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sábado, 16 de dezembro de 2017

A leitura imterrompida

MÁRIO QUINTANA 

A nossa vida nunca chega ao fim. Isto é, nunca termina no fim.

É como se alguém estivesse lendo um romance e achasse o
 enredo enfadonho e, interrompendo, com um bocejo, a
 leitura, fechasse o livro e o guardasse na estante.
 E deixasse o herói, os comparsas, as ações, os gestos,
 tudo ali esperando, esperando...

Como naquele jogo a que chamavam brincar de estátua.

Como num filme que parou de súbito.

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