História do Brasil
Aprendemos, lá atrás, nas aulas de História do Brasil, no GDS (Ginásio Diocesano Seridoense) de Caicó, ministradas pelo Professor (ex-padre) José Celestino Galvão, como D. João VI, rei de Portugal, fugindo das tropas de Napoleão Bonaparte, correu para o Brasil, em 1807/1808.
Também lá atrás, naqueles mesmos bancos escolares, aprendemos como as péssimas condições como as tropas francesas de Napoleão, comandadas pelo General Jean Andoche Junot – que ela considerado um oficial de segunda linha – chegaram à Lisboa: famintas e maltrapilhas. Ou seja, se o covarde D. João VI, não tivesse fugido para o Brasil e enfrentasse os invasores, teria, facilmente, aniquilado os franceses, mas teria mudado radicalmente o curso da nossa história.
Naquela época, Portugal, pequena e sem recursos, precisou de se socorrer da poderosa Inglaterra (inimiga ferrenha da França de Napoleão) para que, com a sua a sua vasta esquadra, proteger os pequenos e frágeis navios lusitanos que transportaram a Família Real Portuguesa e milhares de agregados (nobres, aristocratas e pessoas influentes) na longa travessia do Atlântico com destino ao Brasil, a maior e mais rica colônia portuguesa.
Quanto a Inglaterra cobrou de Portugal para executar aquele trabalho? Nossos livros de História (de Antônio José Borges Hermida), nem nossos velhos professores, nunca nos contaram. Quem pagou? A Coroa Portuguesa ou as riquezas do Brasil, sua espoliada colônia?
D. João VI |
Então, em plena travessia marítima, veio aquela reviravolta, nunca devidamente explicada, e o navio que trazia D. João VI, se extraviou do resto da frota e aportou em Salvador, enquanto os demais foram ancorar no porto do Rio de Janeiro.
Agora, vem o melhor dessa historieta.
Comprovando que nós, brasileiros, trazemos o DNA para fabricar “histórias mal contadas”, lembremos aqui o primeiro ato de D. João VI em terras brasileiras, lá em Salvador. Vocês se lembram? Estava lá nos nossos livros do passado e também nos foi ensinado por Professor Galvão.
Quem disse “assinou a carta régia de abertura dos portos brasileiros ao comércio de todas as nações amigas”, acertou na mosca.
E quem eram “as nações amigas” de Portugal em 1808? Apenas a Inglaterra, e que tinha acabado de prestado um “favor” à Portugal.
Leiam a análise do historiador Alan K. Manchester sobre o “arrumadinho”:
“A abertura dos portos ao comércio mundial significava na realidade que, em relação à Europa, os portos estavam abertos apenas ao comércio com a Inglaterra, enquanto durasse a guerra no continente”.
Eureca! As riquezas do Brasil Colônia pagaram a conta!
Conclusão óbvia: a Inglaterra foi regiamente remunerada por “seus favores” à Coroa Portuguesa.
Esse fato histórico não tem a cara dos conchavos modernos daqueles que governam esta velha, combalida e espoliada nação brasileira?
Ciduca Barros é escritor e colaborador do Bar de Ferreirinha
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