Ciduca Barros
Entre as diversas áreas da atividade humana, no futebol é onde se verificam os fatos mais pitorescos.
Segundo alguns palpiteiros, isso ocorre principalmente pelo fato de que nesse campo (literalmente) de ação militam pessoas incultas e incautas, personagens vivas de várias historietas que se conhecem por este Brasil afora.
Eu conheço e vivi várias situações esdrúxulas, mas, para não cansar o leitor, contarei aqui apenas este causo ocorrido nas canchas futebolísticas do interior do Seridó.
Paulo Corisco era um craque.
Driblava bem, tinha velocidade e muito senso de colocação.
Ele era um jogador de futebol quase perfeito.
Por que quase perfeito?
Porque ele tinha um probleminha, aliás, ele tinha mesmo era um problemão.
Era um atacante que saía driblando os adversários que surgissem em sua frente, mas, na hora de arrematar a bola para o gol, parava e, impreterivelmente, era desarmado pelos zagueiros.
Por isso, o técnico do time o repreendeu:
– Porra, Corisco! Por que você faz isso? De frente para gol, só você e o goleiro, resolve parar e é desarmado. O que acontece?
E a resposta do craque foi tão simplória quanto ele:
– Eu paro pra racionar, Professor!
Então, depois deste papo esclarecedor, todas as vezes que Corisco parava dentro da área, o seu técnico lá de fora gritava histericamente:
– Não raciocina, Corisco! Não raciocina, Corisco!
Nenhum comentário:
Postar um comentário