Millôr Fernandes
O direito de cada um termina quando o outro reage ou chama a polícia.
O direito de cada um termina onde começa o direito alheio. Isso deve ser sempre lembrado pelos mais fracos, porque é o primeiro princípio de direito apagado pela amnésia na memória dos mais fortes.
E Esaú vendeu seus direitos de primogênito por um prato de lentilhas, homologando os royalties.
Todo homem tem o sagrado direito de torcer pelo Vasco na arquibancada do Flamengo.
O direito de resposta é fundamental. Senão a gente fica até pensando que o outro lado pode ter razão.
Todo homem tem o direito inalienável à vida e à liberdade, exceto em ocasiões excepcionais, como catástrofes de âmbito nacional, abalos de amplitude internacional, modificações das instituições, ameaças incontroláveis, falta de teto nos aeroportos, movimentos subterrâneos, engarrafamentos de tráfego, congestionamentos de linhas telefônicas, chuva grossa, crises econômico-financeiras, construção de metrôs, pontos facultativos obrigatórios e mau humor permanente da velhinha no guichê.
O problema do direito de ir e vir é que tem sempre um chato que teima em ficar.
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