No meu tempo de professor em Iraí-RS, tinha um amigo engenheiro agrônomo cujo apelido era Sapo. Gordinho na infância levou o apelido para a vida adulta e não ligava a mínima para quando o chamavam “Ô Sapo!”. No trabalho era um profissional competente, honesto e trabalhador. Agora, se eu tivesse que dar o apelido de Sapo ou Batráquio para alguém seria o Gilmar Mendes. Não preciso me aprofundar em explicações. Basta vocês olharem seu rosto. Não obstante as brigas que teve com outros Ministros do STF. Não obstante a denúncia feita pelo anterior Procurador Geral da República. Não obstante os abaixo assinados partindo da população pedindo para que seja processado, Gilmar ia retumbante em sua caminhada, que todos conhecem pela imprensa, aproveitando e protegendo-se, como um escudo, na capa preta de Ministro do STF. Capa preta que lhe dá direitos e deveres. Mas, melhor é aproveitar os direitos e coberto por ela, cometer desatinos, influenciar decisões, sentenciar contra os interesses do país que deveria servir. Se tivesse um brasão ilustre, sua divisa seria “não sirvo: sirvo-me”. Mas, com tudo isso, e mais as reclamações silenciosas de seus pares, seguia sua caminhada inglória sem maiores tropeços que não a repulsa do povo e as denúncias da imprensa.
Até que entrou em rota de colisão com o também Ministro Luís Roberto Barroso. E então descobrimos que a opinião dos brasileiros, da Procuradoria Geral da República e dos Ministros do STF é a mesma: tem de se por um cobro as ações do Batráquio. O Ministro Barroso, em sessão do Supremo, em discussão, na linguagem que advogado adora, disse a Gilmar: “Vossa Excelência normalmente não trabalha com a verdade!”, ou seja, em português normal: “Gilmar, tu é um mentiroso!” Mais: “Vai mudando a jurisprudência de acordo com o réu!” ou, no nosso português: “Gilmar, tu é um juiz faccioso!” Finalmente: “Não transfira a parceria que vossa excelência tem com a leniência em relação à criminalidade do colarinho branco!” Esta é pior. Depois de chamar Gilmar de mentiroso e faccioso, termina por dizer: “Gilmar, tu é defensor de corruptos!” É oficial: os Ministros do STF, que estavam sendo desmoralizados pelas ações de Gilmar, não deixarão mais passar em brancas nuvens os desmando de seu colega. Bom para o Brasil, bom para os advogados honestos e bom para o STF. Gilmar, se inocente, deve processar Barroso.
ivar4hartmann@gmail.com
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